CIC

Virando a página

Concluir o ensino médio, entrar em uma faculdade e entrar no mercado de trabalho. Estas são as metas que perseguem os jovens participantes do programa ViraVida. Desde 2010, quando a iniciativa desenvolvida pelo Conselho Nacional do Sesi começou, já beneficiou 222 jovens em situação de alto risco social, vítimas de abuso sexual. Após passarem por um ano de aulas, eles são encaminhados direto para um emprego ou para faculdade.

De acordo com a coordenadora do programa, Cristiane Aparecida Wishievski, a proposta é ajudar quem já recebe acompanhamento a superar o passado oferecendo oportunidades. ‘Após se comover ao presenciar uma cena de abuso, o presidente do conselho na época decidiu criar o programa, que funciona em todo país. Só em Curitiba, já temos seis turmas formadas desde o início dos trabalhos‘, revela.

Foto: Ciciro Back
Curitiba já conta com seis turmas formadas. Foto: Ciciro Back

As aulas ocorrem no espaço sindical da Fiep, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), em período integral. Segundo Cristiane, os cursos estão disponíveis para jovens a partir de 15 anos que já recebem acompanhamento dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e pela Fundação de Assistência Social (FAS). ‘Temos muitos alunos encaminhados da Vila Verde, mas recebemos qualquer jovem que esteja recebendo algum tipo de assistência. Já tivemos alunos até de Quitandinha‘, conta.

Jovens recebem tratamento especial aqui. Foto: Ciciro Back.
Ana: Proporcionamos um ambiente que ele poderá se soltar. Foto: Ciciro Back.

Depois de formados, os alunos são encaminhados para empresas parceiras da Fiep. Alguns até iniciam cursos com bolsa de estudos na Faculdade da Indústria. ‘Ao longo do curso eles se revelam e desenvolvem um potencial que seria difícil de explorar em um ambiente com outros jovens, onde eles poderiam estar em uma posição mais defensiva. Aqui nosso trabalho compreende cada situação e proporciona um ambiente em que ele poderá se soltar, sem medo de ser apontado‘, explica a psicóloga Ana Paula dos Santos, que acompanha a rotina do programa.

Nova vida

Para a coordenadora, o principal objetivo do trabalho é fazer com que estes jovens possam superar o sentimento de vítima e passem a ser protagonistas de suas vidas. E é assim que a recém-formada Natália (nome fictício) passou a traçar seu futuro. Após concluir os cursos de operadora de computadores e auxiliar administrativo, a aluna já conseguiu um emprego. Exemplo de superação, Natália já tem traçado todo futuro. ‘Agora estou fazendo uma faculdade de teologia, mas pela manhã quero começar a estudar administração, porque gostei muito de tudo que aprendi. Acredito que essas são oportunidades que surgiram a partir da experiência que ganhei durante o programa‘, afirma.

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Samuel Bittencourt

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