A tão desejada casa própria parece cada vez mais longe para 96 famílias que adquiriram imóveis no Residencial Terra Nova, na Rua João Dembinski, 2985, CIC. O condomínio deveria ter sido entregue em janeiro de 2014, mas as obras atrasaram e hoje, apesar de concluídas, não receberam o Certificado de Vistoria de Conclusão da Obra (CVCO) – popularmente conhecido como “Habite-se” -, que é emitido pela prefeitura. Além de não poderem se mudar para os apartamentos, os proprietários têm de pagar mensalmente a taxa de evolução de obra, um dinheiro “perdido”, já que não é abatido do saldo devedor nem faz parte da entrada.
“É uma garantia de que a obra vai ficar pronta que a gente paga para a Caixa. Todo mês estou dando cerca de R$ 1 mil nisso, mas tem gente que paga R$ 2 mil e esse dinheiro não vai voltar. Enquanto eles não entregarem o condomínio, não podemos começar a pagar o financiamento e temos que arcar com essa taxa. Teve gente que adiou casamento por causa disso”, conta um dos proprietários.
Paz
Ele lembra que muitos dos que adquiriram imóveis no condomínio ainda vivem de aluguel. Um casal proprietário de outro apartamento também está indignado com a situação. “A construtora até já nos indenizou por causa dos atrasos, mas nada do condomínio ser entregue. Nós não queremos dor de cabeça, só queremos nos mudar e ficar em paz”, declara o morador.
Reprovações
Um dos mutuários afirmou que as obras ficaram paradas por um ano. No local, um técnico da construtora Squadro afirmou que a parte estrutural já está pronta há oito meses, mas o empreendimento foi reprovado nas vistorias da prefeitura devido a detalhes.
Prefeitura: Faltam laudos
A Secretaria Municipal de Urbanismo (SMU) informou que ainda há pendências documentais por parte da construtora. De acordo com o órgão, faltam dois laudos, um de drenagem superficial, emitido pela Secretaria Municipal de Obras Públicas, e outro de destinação de resíduos da construção civil, pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente. Segundo a SMU, após a vistoria aprovada, o CVCO sai em dois ou três dias.
Empresa nega pendências
O diretor de obras da construtora, Fredy Henrique Chevalier, afirma que todas as pendências para liberação do CVCO foram resolvidas. “Tivemos que fazer a reaprovação do projeto de drenagem, por isso demorou um pouco mais. Tivemos que realocar a caixa de contenção de cheias, mas agora está tudo certo, só falta a prefeitura emitir o Habite-se.” Segundo ele, há dez famílias morando no condomínio, que oferece todas as condições de moradia.
Os proprietários que conversaram com a reportagem disseram que não se mudam para o residencial antes da emissão do CVCO por questões de segurança. “Isso é irregular, não tem porteiro, não tem nada. Qualquer um pode entrar aqui de noite. Ficamos sabendo que roubaram material de construção de um morador que está reformando”, relata um deles.