CIC

Medo na escola

Escrito por Paula Weidlich

Insegurança tomou conta do Conjunto Vitória Régia, Cidade Industrial. É difícil conversar com alguém que não foi alvo de ladrões ou que não presenciou assalto. As principais vítimas são alunos, pais, professores e funcionários do Colégio Estadual Marli Queiroz Azevedo. As pessoas que utilizam as linhas de ônibus Vitória Régia e Carbomafra, também reclamam dos frequentes arrastões.

Muitos estudantes estão deixando de ir para o colégio ou têm adotando novos hábitos para não ter dinheiro, celular ou roupas roubados no trajeto entre casa e escola.

Uma das alunas que sentiu na pele como é ser vítima dos marginais foi Bianca*, 14 anos, que estuda na 9ª série. Há dois anos, ela foi atacada na saída da escola por quatro homens, um deles armado. “Um deles mostrou a arma, exigindo meu celular. Fiquei em pânico e ainda sinto medo, desconfio das pessoas que vejo na rua. Hoje, trago meu celular escondido. Na mochila só caderno, lápis e borracha”.

Segundo os estudantes, uma das táticas dos bandidos é perguntar “que horas são?”. Quando a pessoa tira o celular do bolso para dar a informação, é surpreendida com a voz de assalto.

Insegurança é geral

Protesto no início do mês reuniu mais de 100 pessoas. Foto: Gerson Klaina.
Protesto no início do mês reuniu mais de 100 pessoas. Foto: Gerson Klaina.

TBR150815_C035_04C_CIC_.inddMaria*, uma das funcionárias do colégio disse que ninguém é poupado. Muitos pais e alunos já foram atacados perto da escola. “Um pai que esperava a saída da filha, teve o carro roubado em frente ao colégio. Teve funcionárias assaltadas também. Mas contra os alunos é pior. Eles chegam aqui assustados. Alguns estão sumindo da escola”.

Pai de uma aluna e comerciante da região, Luiz Cláudio Domingues, 42 anos, reclama da falta segurança. “Nossa vila está abandonada, ficamos mais de 15 dias sem ver uma viatura passar por aqui. Eu fui assaltado três vezes. Fechei meu comércio e só agora estou retomando. Para garantir a segurança da minha filha, levo e busco ela na escola todos os dias” revela.

*Nomes foram trocados a pedido dos entrevistados.

Tem solução?

Para os moradores do Vitória Régia, a solução do problema passa pela melhoria no policiamento e implantação de UPS (Unidade Paraná Seguro) neste ponto da CIC.

Em 8 de agosto, protesto contra os constantes furtos, assaltos e agressões reuniu cerca de cem pessoas na rotatória das ruas Paul Garfunkel e Cyro Pereira Correia.

A Polícia Militar informou que o Comando da Patrulha Escolar realiza diariamente policiamento nas imediações do colégio. O 23.º Batalhão também faz rondas na região. “O policiamento continuará sendo feito. Quanto aos fatos já ocorridos, resta investigação, o que é responsabilidade da Polícia Civil. O corpo escolar e os alunos podem repassar características de suspeitos e de veículos para que a investigação ser feita. A PM se coloca à disposição por meio do 190”.

Leia mais sobre CIC.

Sobre o autor

Paula Weidlich

(41) 9683-9504