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Força na horta

Escrito por Cahuê Miranda

Passar algumas horas na enxada é um prazer para alguns moradores do Conjunto Oswaldo Cruz II, na Cidade Industrial de Curitiba. Como voluntários, se esforçam para deixar as calçadas limpas e cultivar a horta na sede da associação de moradores. Além de deixar o bairro mais bonito, ajudam no sustento de 60 famílias carentes da região.

Aos 72 anos, José Alves de Souza não pode ver mato crescendo nas calçadas. Se alguma planta aparece no lugar errado, logo dá um jeito. “Estou sempre carpindo na frente da minha casa e dos vizinhos também. É cimento para as juntas. Depois que a gente fica velho, tem umas cricas e precisa de exercício para não enferrujar”, afirma.

Além da limpeza dos passeios, Zé pega pesado na horta da associação. Ali tem ajuda de outros vizinhos, que também são voluntários, no cultivo de verduras e legumes, como Manoel Cristovam da Silva, 63. “Fui convidado e decidi ajudar. Primeiro montando os canteiros e depois plantando alface, repolho, couve, espinafre, beterraba, pepino…”, conta.

Sopão

Quem também dá uma força na plantação é o aposentado Fausto Alves dos Santos, 66. “É uma coisa saudável, que eu sempre gostei. Trabalhei até os 20 anos na roça e gosto de colaborar com a associação. Sempre sobra alguma coisa e a gente leva um pouco para casa para não perder. É tudo orgânico, sem agrotóxicos”, destaca.

As horaliças cultivadas ali são usadas na preparação do sopão da associação. Toda terça-feira, 60 famílias de baixa renda cadastradas vão até lá para garantir o reforçono sustento. Quando sobra alguma coisa, além da sopa o pessoal também leva algumas folhas que rendem boa salada.

Couve gigante

Outro especialista em hortas é Plácido Colombo, 61. Ele também ajudou a montar a horta comunitária e hoje trabalha para cultivar plantinhas no jardim de casa. Além de repolho, cebolinha, tomate, almeirão, Colombo tem uma exclusividade. “É a couve de Itu”, diz. “Com uma folha já dá para fazer a salada”.

Colombo diz que, além de reforço na alimentação, a horta é uma contribuição para o bairro. “O terreno fica mais bonito e ajuda a reter a água da chuva, que não corre para o meio da rua. Se todo mundo tivesse um pedacinho de terra, não dava tanto alagamento assim”, acredita.

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Cahuê Miranda

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