“Só vovós”. Esta era a manchete da Tribuna no dia 19 de março de 2010 e que fez o palindromista Osiris Duarte descer imediatamente do ônibus em que estava. A razão do interesse repentino não foi a dupla presa por aplicar golpes em idosas, mas sim as palavras escritas na capa e que formam um palíndromo, ou seja, frase que continua igual quando é lida ao contrário.
A maioria foi parar num livro que já está em execução, com recursos da Lei de Incentivo à Cultura, pela Fundação Cultural de Curitiba. A publicação ainda traz uma novidade, os palíndromos circulares, criação própria que Duarte garante nunca ter visto antes. Nessa modalidade, as palavras ficam em círculo e se repetem quando são lidas juntas, em ambos sentidos.
Palíndromo até no nome
Foi só depois de algum tempo se dedicando ao estudo dos palíndromos que Osiris percebeu que a junção de seu apelido de infância com seu sobrenome presente no registro civil também forma um: Ziro Roriz. O primeiro contato foi no colégio, na década de 60, quando um colega de classe escreveu no quadro a frase “socorram-me, subi no ônibus em Marrocos”. “E o palíndromo ficou dormindo uns 40 anos na minha cabeça”, conta Duarte.
Durante esse intervalo ele trabalhou como bancário e professor de matemática financeira, profissão que ajudou na atividade, já que as fórmulas matemáticas também podem ser lidas de trás pra frente.
A criação de poesias e haicais também estimula Duarte na criação dos palíndromos.
O maior da língua
“O duplo pó do trote torpe de potro meu que morto pede protetor todo polpudo”.
O palíndromo completo pode ser lido no site: http://www.recantodasletras.com.br/gramatica/2018592.