Centro

Faxina urgente!

Escrito por Luisa Nucada

Localizado em uma das principais praças da capital, o Centro Comercial Rui Barbosa está no meio do caminho de milhares de pessoas que passam pelo coração da cidade rumo ao trabalho ou aos estudos diariamente. Formado pela Rua da Cidadania da Regional Matriz, pelo Mercado Central, por lojas comerciais e pelo estacionamento Rui Barbosa, o complexo tem salas de secretarias e órgãos municipais e comércio, podendo facilitar a resolução de problemas e ser uma opção na hora das compras. No entanto, o aspecto do local não é nada atrativo. A aparência de sujo e o desconforto térmico incomodam os comerciantes e afastam frequentadores.

A permissionária Sônia Fátima, de 59 anos, vende artigos infantis em um boxe do Mercado Central desde que o local foi criado, há quase duas décadas. Suas reclamações são antigas. “Tem a questão dos pombos que ficam aqui em cima, principalmente quando está chovendo. A sujeira deles cai em cima da mercadoria, e muitas vezes tive que descartar as coisas, já que trabalho com roupinha de bebê”, conta. Cansada de esperar uma medida da administração, a comerciante colocou um plástico sobre o seu boxe por conta própria, para evitar mais prejuízos.

Foto: Felipe Rosa
Comerciante Sônia colocou um plastico para evitar fezes de pombos por conta própria. Foto: Felipe Rosa

Segundo ela, o Mercado Central não é valorizado, não recebe a devida atenção nem publicidade. “Tem gente que nem sabe que isso aqui existe. Direto passa propaganda na tevê e no rádio sobre a feira da Osório, sobre a feira do Largo da Ordem, mas sobre a gente nunca divulgaram”. Sônia diz que os boxes não têm boa aparência, e que as condições de trabalho no local chegam a ser insalubres. “Se fosse tudo de vidro ia parecer mais limpinho, daria outra cara para a mercadoria. Esta cobertura esquenta muito no verão, e no inverno fica muito frio. Não tem ventilação”.

A aposentada Tereza Moura, 79, mora no Uberaba e cruza o Mercado Central frequentemente, para cortar caminho até o ponto de ônibus. Apesar de sempre passar pelo local, não costuma resolver pendências na Rua da Cidadania nem fazer compras, pois desconhece muitos dos serviços oferecidos. “Eu nem sei o que tem ali embaixo. Às vezes aproveito para tomar um sorvete ou comprar um suco de coco, mas é só”.

Nunca viu água

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Inocêncio: Dá vontade de ir embora.

Permissionário de um boxe de camisetas, Inocêncio de Oliveira, 70, se queixa sobre a falta de limpeza das laterais do Mercado Central. “Esse paredão colocaram vai pra 20 anos e nunca lavaram. Tinha que jogar uma água aí pelo menos uma vez por ano. Não dá uma visão bonita, é um aspecto de abandonado, fica parecendo que a coisa aqui está morta. A gente perde o ânimo, o prazer de trabalhar, dá vontade de ir embora”, desabafa. Ele reclama ainda da iluminação do lugar.

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Marlene prefere comprar no Mercado Central por ter produtos mais em conta.

A aparência ruim não incomoda a aposentada Marlene Machado, 60, que sempre recorre ao Mercado Central para adquirir roupas para o neto. “Hoje vim atrás de calça de moletom e boné. Aqui é mais barato que no shopping e a variedade é boa. O melhor é que não tem muito movimento, aí o marido não fica estressado”, diz ela, que mora em Santa Felicidade.

Manutenção e serviços

Foto: Felipe Rosa
Comerciantes reclamam que prefeitura não divulga que há centro comercial na Rui Barbosa. Foto: Felipe Rosa

De acordo com a prefeitura, a limpeza no Centro Comercial é diária. “A cada dez dias, é feita uma faxina mais pesada com uso de wap nos corredores do Mercado Central e escadarias. Para combater os pombos, são feitas quatro dedetizações ao ano.” A administração municipal informa que no ano passado a Rua da Cidadania da Matriz recebeu pintura externa, ampliação e substituição de iluminação em todo o entorno. A iluminação interna do Mercado Central foi trocada por lâmpadas mais econômicas.

Dos 414 boxes do Mercado Central, 350 estão ocupados. Os espaços vagos serão preenchidos por meio de licitação, em estudo pela prefeitura. O custo de permissão para uso da maioria dos boxes é de R$ 90 por mês. A taxa de alguns espaços maiores pode chegar a R$ 250.

Prefeitura vai abrir licitação para
Boxes serão preenchidos por meio de licitação da prefeitura. Foto: Felipe Rosa.

Estão à disposição do cidadão na Rua da Cidadania serviços da prefeitura como Restaurante Popular, Urbanização de Curitiba S/A (URBS), Companhia de Habitação Popular de Curitiba (Cohab), Fundação de Ação Social (FAZ), Secretaria de Trânsito (Setran), Conselho Tutelar, Liceu de Ofícios, Fundação Cultural e Armazém da Família, entre outros.

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Luisa Nucada

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