Campo Comprido

Indo pro buraco

Escrito por Andrea Côrtes

Os vizinhos da Universidade Positivo, na Rua Eduardo Sprada, convivem há alguns anos com um problema muito sério e, ao que parece, está muito longe de acabar: a erosão no terreno onde vivem. Aristóteles Júnior, que mora na mesma casa desde 1974, conta que o terreno pertence à sua família desde 1953 e o local foi comprado na planta com 1.082 metros quadrados. Hoje, porém, ele estima que a área não deve ter mais que 800 metros quadrados. Sem saber a quem mais recorrer, Aristóteles se revolta com a situação.

“Pago IPTU sobre a área original, mas é visível que estou perdendo área. Já até solicitei que viessem fazer uma nova medição, mas até agora nada”, diz Aristóteles. Ele conta que o problema começou na década de 90, quando estourou a barragem da Universidade Positivo. De lá para cá, a galeria construída na Rua Eduardo Sprada não consegue mais dar conta do volume de água, principalmente em dias de chuva forte.

Segundo Adilson Carlos Tozin, que também convive com o mesmo problema, 15 minutos de chuva já bastam para a água subir e invadir o terreno. “É um transtorno para todos. Eu moro aqui desde criança e hoje sou obrigado a conviver com isso”, relata Adilson.

Aristóteles conta que a própria universidade já tentou fazer a canalização da água, mas a obra não saiu do papel por restrições da administração municipal. “Pedi ajuda para afundar o nível do riacho e facilitar o escoamento da água, mas a prefeitura não permitiu a obra alegando que não se pode mexer em nada por ser uma área de vegetação nativa e pela necessidade de respeitar a margem do rio. Agora nem a UP colabora mais. Eles fizeram uma cerca para demarcar o terreno, mas por causa da erosão da terra, parte da cerca caiu e assim ficou”, completa. Em nota, a universidade afirmou que não vai se pronunciar sobre o caso por não se tratar de um terreno da instituição.

Mau cheiro e lixo incomodam vizinhos da universidade. Foto: Giuliano Gomes
Mau cheiro e lixo incomodam vizinhos da universidade. Foto: Giuliano Gomes

Mau cheiro

Além do problema da erosão, Aristóteles e os vizinhos precisam conviver com o lixo, sujeira, invasão de animais e um forte mau cheiro. A água do riacho que antes servia de lazer e diversão para a família e os amigos deu lugar a um imenso esgoto a céu aberto. “Eu pescava no riacho, tomava banho e me divertia. Hoje só sobraram as lembranças de um belo lugar para se divertir em meio à natureza. É revoltante”, afirma Aristóteles. Segundo a Secretaria de Meio Ambiente, a responsabilidade da limpeza e manutenção do terreno é do proprietário.

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Andrea Côrtes

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