Cajuru Curitiba

Vergonha na 277

Escrito por Samuel Bittencourt

Acostumados com a buraqueira e com a baixa qualidade das vias, os motoristas que trafegam pelas marginais da rodovia BR-277 continuam a enfrentar barrancos, barro e poeira sem qualquer previsão de melhoria. A situação, mostrada na última edição da Tribuna Regional Cajuru, tem incomodado tanto a moradores, quanto a quem apenas acessa os bairros pela rodovia.

Pista está tomada pela buraqueira. Prefeitura diz que responsabilidade é da concessionária de pedágio.  Daniel Coelho/Colaboração
Pista está tomada pela buraqueira. Prefeitura diz que responsabilidade é da concessionária de pedágio. Daniel Coelho/Colaboração

No Cajuru, passando pela Rua Doutor Petrônio Romero de Souza, o drama é vivido diariamente pelos pais que levam os filhos ao Colégio Sion. Os buracos são tantos que alguns veículos não resistem. “Na semana passada, a suspensão do meu carro quebrou pela segunda vez”, disse o comerciante Luiz Carlos Weisheimer.

Com dois filhos matriculados em turnos diferentes, Luiz Carlos chega a passar pelos buracos até quatro vezes por dia. “Parece que estou fazendo trilha. E mesmo indo devagar você pode acabar com o carro quebrado”, afirma o pai. A solução encontrada por Luiz Carlos foi mudar o modelo do transporte. “Nesta semana adotei a bicicleta, até porque meu carro foi para o conserto”, conta o comerciante.

Com carro quebrado, Luiz leva o filho pra aula de bicicleta. Foto Giuliano Gomes
Com carro quebrado, Luiz leva o filho pra aula de bicicleta. Foto Giuliano Gomes

Outro problema enfrentado pela população tem sido a nuvem de poeira que toma conta da paisagem quando os carros passam. A situação tem agravado o problema de saúde de alunos que passam pelo acesso principal ao colégio a pé. “Tentamos vir mais cedo para evitar o horário de pico, quando o trafego de veículos é maior. Mesmo assim a renite do meu filho parece estar piorando após o retorno das aulas”, diz Júlio Cesar Costaneiro. De acordo com alguns pais, a situação já é antiga. “Tenho uma filha que ainda estuda aqui e outra que já saiu do segundo grau. Essa rua sempre foi um problema. Quando chove, além da sujeira, é perigoso ficar atolado com o carro”, conta Grazieli Baumann.

A prefeitura informou que a continuação da Rua Doutor Petrônio Romero de Souza, não foi contemplada pela Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2015. Também informou que na primeira semana de março o Distrito de Manutenção Urbana da área, realizou manutenção na via.

 Rosângela gastou R$ 50 pra consertar cadeira. Foto Giuliano Gomes
Rosângela gastou R$ 50 pra consertar cadeira. Foto Giuliano Gomes

Acessibilidade zero

A poucos quilômetros de distância do Colégio Sion, no Jardim das Américas, a situação é ainda pior para Rosângela Castro. Isso porque ela depende do asfalto para ir a qualquer lugar com sua cadeira de rodas. “Comprei essa cadeira para ter um pouco mais liberdade e hoje não consigo nem ir à frente de minha própria casa”, se entristece Rosângela.
A última volta que ela deu pela Rua Teodoro Czyr custou caro. “A rua está tão esburacada que a roda de minha cadeira, que custa R$ 50, ficou completamente destruída”, relata a moradora. “Não entendo a dificuldade em asfaltar, pois pelo pequeno tamanho da rua e por todas as vias no entorno estarem pavimentadas, não faz sentido o descaso”, afirma Rosângela. De acordo com a prefeitura, o trecho esburacado na via na Marginal BR-277 entre Teodoro Czyr e Archangelo Smanioto está sob a responsabilidade da concessionária Ecovia. O trecho também segue sem previsão para solução.

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Samuel Bittencourt

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