Cajuru

Madeira vira música

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Transformar madeira em arte e em som. É basicamente isso que o luthier Osny Zambuzzi, de 59 anos, faz da vida, em sua pequena oficina localizada no bairro Cajuru. Por lá, ele talha grandes pedaços de madeiras tipo maple shape e cedro, visando o melhor design para os baixos e guitarras, que recentemente vêm ganhando o mundo. “Hoje temos clientes na Europa, mas principalmente nos Estados Unidos. É muito bom ver o nosso trabalho ganhando o planeta, fazendo pessoas de outros países felizes”, orgulha-se.

Onsy é proprietário da Artwood Guitar. Ele fundou a empresa há exatos 25 anos, depois de largar um emprego estável em uma indústria metalúrgica da Grande Curitiba. “Desde criança sou interessado por instrumentos musicais. Com nove anos, tentei fazer um violão com um pedaço de madeira”, Lembra. “Sempre tive banda e um dia precisei dar um jeito numa guitarra. Fui num luthier e me interessei de vez pela profissão. Isso foi em 1988. Dois anos depois larguei tudo e passei a fabricar guitarras e baixos”, conta.

Hoje seu tempo é inteiramente dedicado à confecção dos instrumentos. Todo o trabalho é feito à mão e personalizado. “O cliente escolhe cada detalhe do instrumento. Desde o tipo de madeira, passando pelas pontes, e até o tipo de corda. Depois dessa fase, fechamos o orçamento e inicio o processo de fabricação, correndo atrás de todos os materiais que o comprador escolheu”, explica.

Todo esse trabalho cuidadoso e detalhado tem um preço. Um instrumento fabricado por Osny não sai por menos de R$ 2.600. “É o preço inicial, mas tudo depende do que o comprador quer. Trabalho sozinho. Não faço produção em escala. Além disso, grande parte dos meus clientes são músicos profissionais, que sempre querem o melhor”, afirma o luthier.

O tempo de produção de um instrumento fabricado pela Artwood leva em média 60 dias. “Depende muito do orçamento. Tem gente que pede orçamento, nos enchem de pergunta, nos pedem fotos e mais fotos dos produtos, mas acabam não comprando. Mas tem gente que sabe o que quer e daí entregamos nesse prazo, que dá tempo de correr atrás dos todos os materiais e fazer a montagem com o tempo certo pra tudo ficar perfeito”, explica.

O carro chefe da empresa são os baixos, que dominam 80% da produção. “Nossos baixos ficaram famosos depois que muitos músicos conhecidos passaram a usar nossos instrumentos. Hoje tem grandes baixistas, que tocam em bandas e estúdios grandes do Brasil. Além disso, tem um professor de música da Universidade de Berkeley, que conheceu nossos baixos e está fazendo uma boa propaganda deles nos EUA”, diz.

Duas décadas e meia após transformar o hobby em profissão, Osny hoje se orgulha por seus instrumentos estarem ganhando reconhecimento do mercado. “Ficamos felizes por toda nossa história e até onde chegamos. Agora é continuar em frente, lutar contra as dificuldades do mercado e buscar fazer sempre o que o nosso cliente deseja”, afirma.

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