Boqueirão

Zona na escola

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Prostitutas e travestis continuam gerando problemas aos moradores do Boqueirão. A situação, já denunciada pela Tribuna nos anos de 2012 e 2013, ainda atrapalha o dia a dia do bairro e expõe a vizinhança à situações desagradáveis. Desta vez, o problema se concentra nos arredores da Escola Municipal Lapa, localizada no encontro das ruas Diogo Mugiatti e Carlos de Laet com a Avenida Nossa Senhora da Paz.

Neste ponto, prostitutas atuam durante todo o dia numa esquina em frente à escola. Segundo os pais dos alunos, um grupo de dez garotas de programa trabalha diariamente no local sem a menor cerimônia. Já pela noite, o local é dominado por travestis, que varam a madrugada em busca de clientes, que não param de circular pela vizinhança.

Todo esse cenário tem feito com que mães dos alunos da Escola Munipal Lapa sejam confundidas com prostitutas que atuam na região. Uma mãe, que preferiu não revelar sua identidade temendo represálias das garotas de programa, afirma que semanalmente é abordada por motoristas que circulam pelo bairro em busca de programas sexuais. “Muita vezes você consegue perceber que apenas passam devagar com o carro, mas muitas vezes acabam abaixando o vidro e perguntando quanto custa o programa”, relata.

Ela ainda ressalta que muitas vezes é abordada quando está levando sua filha de 6 anos pra casa após as aulas na escola. “Não conseguem respeitar nem a criança, que acaba escutando esse tipo de absurdo. Sabe-se lá o que passa na cabeça da minha filha ao vivenciar essa situação. Um dia minha filha perguntou quem eram aquelas mulheres”, revela.

Outra mãe de aluno, que também não quis se identificar, disse que as prostitutas atuam desde cedo nas proximidades da Escola Municipal Lapa. “Nós, mães, e as próprias crianças nos deparamos com elas tanto na ida quanto na volta da escola. E não tem jeito de escapar, porque a prostitutas fazem ponto exatamente em frente à escola”, reclama.

A mãe ainda diz que teme que a região atraia coisas piores do que a prostituição. “Sabemos que não rolam só programas. Com certeza deve ter consumo de drogas e outras coisas piores acontecendo no nosso bairro. Como vamos criar nossos filhos num ambiente desses?”, questiona.

Policiamento reforçado

Por meio da assessoria de imprensa, a Polícia Militar (PM) informou que mantém o policiamento ostensivo em toda a região do Boqueirão. No entanto, a corporação ressaltou que prostituição não é mais tratado como crime e que não pode prender ninguém pelo ato específico. Uma prisão, ainda segundo a PM, só pode ocorrer se a prática estiver aliada a crimes previstos em lei, como, por exemplo, o tráfico de drogas.

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