Três décadas se passaram e uma faixa de terra equivalente à largura atual da Rua Canal Belém, na divisa dos bairros Boqueirão e Uberaba, desapareceu da frente da casa onde vive o casal Irene Condt de Souza, 69 anos, e Joaquim Bento de Souza, 76. Desde a década de 1980, quando construíram a casa onde vivem, eles acompanham o processo de assoreamento do Rio Belém, que vem acompanhado do mal cheiro e do receio que esse processo venha a comprometer a estrutura das residências instaladas na região.

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“Quando viemos pra cá, metade do que hoje é o rio era terra, mas aos pouco foi engolida”, recorda Irene. Ela avalia que, em partes, a responsabilidade disso é de quem despeja todo tipo de lixo, incluindo móveis usados, no rio. “O pessoal prefere fazer isso e acaba agravando problema do desgaste e do cheiro que, dependendo do dia, fica insuportável”, diz Irene.

Joaquim acrescenta que o tráfego de veículos pesados pela rua também ajuda na erosão. “O caminhão passa e desbarranca a margem do rio, por isso que está nessa largura”, aponta.

Projeto

Assoreamento do Rio Belém já levou metade da Rua Canal Belém, que passa em frente à casa onde Irene e Joaquim moram há mais de 30 anos. Foto: Átila Alberti
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De acordo com a Secretaria Municipal de Obras Públicas, existe projeto em análise pela Caixa Econômica Federal que visa a macrodrenagem de 7.200 metros de extensão do Rio Belém, entre a Linha Verde e o Rio Iguaçu. Será escavado o fundo do rio, feita a correção geométrica das barrancas e outras intervenções, como muros de contenção lateral e um canal de estiagem.

Enquanto isso não sai do papel, o Departamento de Pontes e Drenagens tem executado serviços de manutenção. Uma obra de contenção de margens está sendo executada ao lado da Escola Municipal Professora Donatilla Caron dos Anjos, no Uberaba.

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