Boqueirão

Cracolândia no Boqueirão

Escrito por Samuel Bittencourt

Das janelas de suas casas, moradores do Boqueirão assistem o drama de quem é consumido pelo vício do crack. Usuários de drogas costumam se reunir no final da Rua Professor José Nogueira dos Santos, no mato que beira o córrego onde pedestres usam uma ponte pra travessia entre as ruas Hipólito da Costa e Antônio Rebelatto.

De acordo com moradores, a situação anda tão crítica que nem a polícia consegue acabar com a fama de beco da droga que o local ganhou. “Aqui é um perigo! O que mais acontece é tiroteio. O último não faz nem três meses. Desde que moro aqui já vi de tudo, mães aos prantos, viciados sendo surrados e até mesmo mortos. Quando a polícia aparece, nem eles querem ir atrás dos ‘noias’ que ficam nesse matagal”, afirma uma moradora, que por medo de sofrer represálias, não quis ser identificada.

Pra um comerciante da região, que também não deseja ter o nome revelado, apesar do local ser famoso pelo grande fluxo de usuários de drogas, as pessoas não deixam de utilizar a ponte. “Ali é um acesso muito importante, pois evita que as pessoas deem uma grande volta na quadra. Mas como grande parte do pessoal vai ali pra consumir, acredito que eles não queiram ‘queimar’ o local de consumo deles tentando assaltar alguém ali”, opina.

Projeto escolar

Ponte essencial pros moradores virou ponto de consumo de crack. Foto: Felipe Rosa
Ponte essencial pros moradores virou ponto de consumo de crack. Foto: Felipe Rosa

Com a construção do prédio que irá abrigar o projeto Mundo Para Todos, onde funcionará uma escola de educação inclusiva, a cobrança por mais segurança cresceu.

“O colégio ainda não está funcionando, mas imagine como será quando começar. Antes mesmo de inaugurar, já invadiram a escola”, conta o comerciante.

Procurada pela Tribuna, a prefeitura não se manifestou sobre providências em relação ao matagal até o fechamento desta edição.

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Samuel Bittencourt

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