Bairro Alto

Barulho e medo

Moradores de uma quadra da Rua Heitor Baggio Vidal, no Bairro Alto, convivem com um vizinho que incomoda a todos por conta do barulho e da insegurança gerados por ele. O referido vizinho corresponde a uma central de distribuição da Oi, que abriga geradores com a função de garantir a estabilidade do serviço de telefonia, mesmo em eventuais de queda de energia.

Além disso, a exemplo de outras construções que sofrem com as invasões e atos de vandalismo, o local frequentemente hospeda usuários de drogas e desocupados, que usam os muros da empresa como via de acesso para invadir as residências.

A professora Lindsey Rocha Lagni, 36 anos, mãe de um bebê de oito meses, conta que o transtorno gerado pelo som é constante. “Todo dia e toda noite ouvimos esse barulhos de correia que vem acompanhado de um alarme. Não dá para ter um sono tranquilo”, reclama. Ela já reclamou duas vezes para a Central 156, mas ainda não teve resposta. Lindsey conta que o barulho ainda se agrava quando falta energia no bairro.
Lindsey diz que o filho de oito meses não consegue dormir direito. Foto: Marco Andre LimaA vizinha do condomínio ao lado, Andrea Teixeira Bonete da Cruz, 35 anos, explica que há anos os moradores da região se incomodam com o barulho provocado pela empresa e a falta de segurança no bairro que tem no endereço da central de distribuição uma espécie de “hospedagem da vadiagem”. “Há dois anos colocaram fogo no terreno da empresa e quase passou para o nosso quintal, tanto que subimos o muro de casa”, recorda Andrea.

O problema é que o muro da empresa continuou da mesma altura, formando um degrau para os bandidos usarem o espaço como meio de acesso às residências. “Vira e mexe tem gente correndo no nosso telhado, dá muito medo”, comenta. Além dos gastos com o muro, cerca de R$ 7 mil, a família já gastou com porta de ferro e grades. Mesmo assim, perdeu vários pertences como sapatos, ferramentas e coisas deixadas no quintal de casa. “O que deixamos para fora é roubado”.

A Secretaria Municipal de Urbanismo explicou que enviará uma equipe da Administração Regional da Boa Vista até o local nos próximos dias, para verificar e fiscalizar a situação. A Oi informou em nota que o terreno “está dentro das normas técnicas exigidas”. A empresa também vai enviar uma equipe para averiguar as denúncias e, caso necessário, acionar as autoridades de segurança pública competentes. A Oi também diz que, assim como a comunidade, a empresa está sendo vítima de atos de vandalismo.

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Magaléa Mazziotti

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