calcada-bacacheri-ozivaldo“Está horrível e muito perigoso com todos estes buracos. Isso dificulta para mim e para outras pessoas de idade que passam por aqui. É andar aqui ou pela rua, mas aí a gente pode ser atropelado”. É assim que o aposentado Ozivaldo José da Silva, 64 anos, que caminha diariamente pela região, descreve a atual condição das calçadas da Rua México, no trecho entre a Rua Panamá e a Avenida Prefeito Erasto Gaertner, no Bacacheri.

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Além dos buracos, os muitos desníveis, pedras soltas e raízes de árvores que estão expostas, incomodam e trazem riscos para os pedestres. “Eu mesmo já caí e só não me machuquei mais porque coloquei a mão na frente. Tenho artrose e tenho que me cuidar. Para não cair de novo, me apoio no muro, para ter mais firmeza”, conta o aposentado João Cláudio Daldegan, 74.

João Claudio já caiu e se apoia no muro para ter mais firmeza. Foto: Giuliano Gomes

Outra pedestre incomodada pela precariedade das calçadas é a também aposentada Roseli Matoso dos Santos, 60. Ela conta que precisa vir diariamente até uma das clínicas de reabilitação e fisioterapia que têm sede nesta rua e que sempre que caminha pelo local, sente grandes dificuldades. “As calçadas estão péssimas, ruim principalmente para quem fez cirurgia, como eu, que operei e coloquei uma prótese do joelho. Aqui, se errar um passo a gente cai e ‘quebra tudo’”, opina Roseli.

Ruim pra todos

Responsável por uma das clínicas da rua, que recebe o público que faz reabilitação física, a diretora administrativa da Clínica de Fisioterapia Reabilithare Bernadete Bozza, 57, diz que o problema das calçadas em mau estado de conservação preocupa especialmente pelo grande número de idosos, pessoas com dificuldades de locomoção, ou recém-operadas, que frequentam a região.

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“Vários pacientes na nossa clínica já caíram aqui. Uma senhora chegou a ir para o pronto-socorro depois de uma queda. Os problemas nas calçadas são uma queixa frequente de quem vem à clínica” diz Bernadete. Segundo ela, outra dificuldade dos pedestres é conseguir atravessar a rua, principalmente nos horários de maior fluxo de veículos. “Precisamos de uma lombada, física ou eletrônica. Isso já facilitaria para os pedestres, já que os carros teriam que diminuir a velocidade. A lombada poderia ficar em frente à escolinha, seria boa para os pacientes e os pais com as crianças”, aponta.

Prefeitura faz reparo se comprovado que raízes danificaram a calçada. Foto: Giuliano Gomes

A cargo do morador

Questionada se há alguma possibilidade de melhoria prevista para as calçadas do Bacacheri, a Secretaria Municipal de Obras Públicas da Prefeitura de Curitiba alegou que “calçadas são de responsabilidade dos moradores e proprietários de imóveis ou comércios que ficam em frente”. Existe uma lei específica que define as regras e responsabilidades sobre calçadas na cidade.

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No entanto, em caso de danos de raízes de árvores, a prefeitura informa que faz uma avaliação e se constatar que foram as raízes que danificaram, o município providencia o conserto. A população pode entrar em contato e fazer o requerimento. O procedimento é ligar no 156 e fazer um protocolo sobre o pedido. Equipes de manutenção das Administrações Regionais fazem avaliações preliminares, a partir dos pedidos feitos pelo 156, para ver o que será feito.

Calçadas da Rua México estão cheias de obstáculos. Foto: Giuliano Gomes

A fiscalização é feita a partir das demandas apontadas pelo 156. Conforme a nota da secretaria, todas as obras de revitalização de grandes avenidas e ruas já contam no projeto com novas calçadas que seguem as normas de acessibilidade. O mesmo serve para obras de implantação de novas vias.

Ainda de acordo com o Executivo municipal, a prefeitura executa a manutenção quando as calçadas são danificadas por obras de concessionários, como Copel e Sanepar, e nos calçadões da área central: Rua das Flores, Senador Alencar Guimarães, trecho da Saldanha Marinho, no entorno de praças e área públicas, e em algumas ruas de maior fluxo de pedestres. Em caso de problemas de conservação de calçadas, denuncias devem ser feitas pelo telefone 156.

Idosos reclamam do estado crítico das calçadas da Rua México. Foto: Giuliano Gomes