O que seria uma opção de lazer tranquilo e espaço para atividades físicas ao ar livre virou fonte de preocupação para moradores do norte da capital e de municípios da Região Metropolitana de Curitiba (RMC). Segundo frequentadores, entre suas árvores, o Parque Atuba costuma abrigar usuários de droga e garotos de programa, apesar da existência de um módulo da Guarda Municipal no local.

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A costureira Val Borges, 35, só faz caminhada na companhia do marido, o gerente de vendas Thiago Borges, 35. “Sozinha não venho, muito menos à noite. Às vezes ele vem correr de madrugada, mas eu tenho medo, não acho seguro”, relata. De acordo com Thiago, quando começa a entardecer, rapazes se reúnem perto da ponte do rio. “São garotos que se prostituem e ficam mexendo com quem faz caminhada. Parece que a ronda da Guarda Municipal passa só em um horário e depois não passa mais. É uma pena, porque as luzes ficam acesas durante a noite toda e daria para vir correr a qualquer hora, mas tem esse problema”.

 

 

Falta de segurança e abuso das bikes são as principais reclamações. Foto: Felipe Rosa Foto: Felipe Rosa.
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O motorista Valdemir Pereira da Silva, 40, mora em Colombo e frequenta o local todos os dias. “Aqui a fumeira rola solta, eles ficam se drogando nas guaritas no meio do mato. Tem a ronda, mas acho que os guardas nem falam nada para não ficarem marcados”. A reportagem esteve no parque em 2013 e, à época, ouviu as mesmas queixas sobre usuários de entorpecentes.

Bikes proibidas

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Outra questão que incomoda quem faz caminhada é o tráfego de bicicletas pela pista. Placas indicam que é proibido usar o meio de transporte no local. “Se não tomar cuidado eles passam em cima, porque andam em alta velocidade. Além de atrapalhar os pedestres, tem o perigo de atropelar”, conta Valdemir. Segundo ele, o movimento de bikes é intenso todos os dias pela manhã cedo e à tarde. Thiago diz que anda de bicicleta pelo parque e nunca reparou nas placas. “Não tem organização, é bicicleta e gente junto na pista, tenho medo de atropelar alguém”, admite.

Em nota, a Guarda Municipal informa que “a área de 173.265 metros quadrados conta com patrulhamento de agentes feito a pé, em bicicletas (ciclopatrulha) e também por meio de viaturas, em horários definidos durante o dia e a noite”. Quanto à pista, a corporação alega que é de uso compartilhado e que o zelo pelo respeito precisa nortear o espaço. Sobre drogas e prostituição, o órgão pede que a população denuncie pelo 153.

Minibosque

Em 2013, a Tribuna ouviu reclamações sobre a manutenção do parque, que tinha mato alto, pichações e algas nos lagos. Atualmente, a situação está melhor, com grama aparada e obras de saneamento básico da Sanepar em andamento. No último dia 3, foi inaugurado um arboreto no local, um pequeno jardim botânico com diversas espécies de plantas. Nesta ocasião, havia mais de uma dúzia de funcionários da prefeitura fazendo roçada no parque.