Antonina

Fábrica de bala de banana de Antonina tem visitação gratuita. Conheça novos sabores!

Era uma vez um homem que sonhava em dar um futuro melhor a sua família. Sonhava tanto que se mudou, trabalhou duro até conseguir sociedade numa fábrica de balas de banana e quando estava no auge do sucesso, acabou morrendo. Este  é um pouco da história de Antônio Olmir Mendes, conhecido como Miro Mendes, o responsável pelo doce mais tradicional do litoral do Paraná, que quebrou barreiras e  hoje se tornou conhecido até  mesmo Brasil afora.

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As balas de banana, tradicionais de Antonina, começaram a ser fabricadas em 1986, mas antes disso vem a história  de Miro Mendes. Em 1972, ele  se mudou de Curitiba, onde morava com a família, para a  cidade do litoral do Paraná depois de ser convidado a trabalhar numa fábrica de palmito.

“Fomos todos nós, mas minha mãe não se adaptou com o clima, então ficamos só um ano e depois voltamos a Curitiba, deixando meu pai em Antonina”, contou Maristela Mendes. Sozinho, Miro Mendes continuou a trabalhar na  fábrica de palmito até que, em 86, entrou em sociedade na fabricação das balas de banana.  “A fábrica era de uma família de Guarapuava e meu pai entrou como sócio depois de seis anos. Deste convite de sociedade, apenas a nossa família acabou continuando a empresa e assim estamos até hoje”.

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Na terceira geração, já que Maristela está à frente da fábrica ao lado da filha, a única coisa que mudou de 86 para  2019 é o endereço: antes, quando Miro Mendes começou, a fábrica ficava no Centro de Antonina, bem próximo a Catedral Matriz, e hoje está num endereço que já era sonhado por ele. “Chegou a  fazer as medições do novo endereço para construir a nova fábrica, mas morreu antes disso e nós resolvemos dar sequência ao seu legado”.

Miro Mendes morreu em 1995 e o episódio fez com que a fábrica ficasse fechada até 1999, quando o novo endereço finalmente acabou de ser  construído. “Foram longos oito  anos sem produção, mas optamos por construir um prédio novo, com os padrões que já eram exigidos na época e que são até hoje. Realizamos o sonho do meu pai e continuamos  agora na administração de sua fábrica de bala de banana”.

Legado de amor!

Foto: Felipe Rosa/Tribuna do Paraná.
Foto: Felipe Rosa/Tribuna do Paraná.

A  receita da bala de banana é bem tradicional e se mantem a mesma até hoje na fábrica Bananina: a banana madura é cozida, transformada em polpa e aberta para virar bala. Depois de cozida, esfria naturalmente e só no dia seguinte que ela é cortada.  “Nós fazemos aqui da mesma forma que era feito no passado, de forma artesanal. Usamos até o mesmo maquinário, já que as únicas partes mecânicas são usadas para cortar em quadradinhos e embrulhar”, detalhou Maristela.

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Aos poucos, com o passar do tempo, novos sabores foram desenvolvidos. Hoje é possível comprar as balas de banana nos sabores amendoim, pimenta, gengibre, canela, além de bananas passa e outros produtos.

Apesar de a receita continuar a mesma, outro legado deixado por Miro Mendes vai muito além das balas de banana, é o amor e a resistência. Atualmente, além da família de Maristela, que sobrevive  de tudo que é feito na fábrica,  muitas outras famílias também tiram seus sustentos da bala de banana. “Temos mais dez famílias trabalhando diretamente, na fábrica, e outras dez que trabalham indiretamente, no plantio da banana que é fornecida para a produção”, contabilizou a filha.

Amor é o que move Benedita Vieira da Costa que, aos 71 anos, trabalha na fábrica há 35. “Ela me conhece desde  pequena e só ficou afastada  no período em que ficamos fechados, mas ainda assim estivemos sempre em contato. Quando fomos reabrir, soubemos que ela queria voltar a trabalhar e imediatamente já a trouxemos, porque além de ser uma pessoa muito querida, tem experiência com toda a produção da bala”, defendeu Maristela.

Entre os funcionários, dona Benedita é vista como uma espécie de ‘gerente da fábrica’, porque conhece tudo e sabe fazer a bala do começo ao fim. “Conheço tudo mesmo, sei a receita, tudo. Antes eu cuidava de outras partes que hoje em dia já não posso,por ser mais pesado, mas me sinto muito feliz em poder continuar aqui fazendo o que eu amo”, comentou a idosa.

Com mais de 70 anos, Benedita poderia até estar aposentada, mas não quer parar porque gosta de estar em atividade. “É muito bom estar aqui até hoje. Além de gostar do que eu faço, me ajuda muito manter o emprego. O trabalho é o que me faz mais feliz”, concluiu a funcionária mais antiga da Bananina.

Com tanta história, aos poucos as tradicionais balas de banana paranaenses vão ganhando o Brasil e até o mundo. Nas redes sociais, muita gente já colocou fotos das balinhas viajando por diferentes lugares como Dubai, Disney e Itália. Até o ano que vem, Maristela acredita que a Bananina consiga o selo de indicação de procedência, o que vai fazer com que a bala seja ainda mais valorizada como produto típico local.

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Aberta ao público!

Localizada na Rua Zung Sui Shen, 91, no bairro Barigui, em Antonina, a fábrica recentemente passou a ser um ponto de visitação. Isso porque Maristela resolveu abrir as portas para que as pessoas vejam parte do processo de produção. “Tivemos a ideia a partir de alguns cursos que fizemos, que trataram sobre o turismo de experiência, e percebemos que tínhamos algo a mostrar e que a pessoa sairia com a experiência de ver produzir”.

A Bananina investiu numa sala que não só dá para ver o processo de fabricação, corte e embrulho da bala, como também os clientes saem conhecendo um pouco da história da fábrica. “Resolvemos investir nisso. Montamos essa pequena sala de visitação e os nossos clientes podem ver todos os dias as bananas serem transformadas em balas”.

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A visitação é gratuita e tem sido muito procurada não só por clientes curiosos, mas também por escolas de Curitiba. Para visitar em grupos, é preciso agendar pelo telefone (41) 3432-1383, mas se você estiver sozinho ou com poucas pessoas, é só chegar e, claro, em grupo ou sozinho, é impossível ir embora sem levar ao menos um pacote das balas mais gostosas do Paraná.

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Sobre o autor

Lucas Sarzi

Jornalista formado pelo UniBrasil e que, além de contar boas histórias, não tem preconceito: se atreve a escrever sobre praticamente todos os assuntos.

(41) 9683-9504