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Sujeira sem fim

Escrito por Joyce Carvalho

Encontrar muros que não estejam pichados é tarefa difícil em alguns pontos do Água Verde. Na esquina das ruas Marquês do Paraná e Acre, por exemplo, os muros do antigo depósito de supermercado estão completamente tomados por pichações. Ainda tem árvore queimada e lixo na calçada, indicando o mau uso do espaço. Próximo dali, um prédio comercial tem dois pontos de pichação em sua fachada. “Aconteceu a pichação e pintamos os locais afetados, mas em seguida já picharam novamente. Resolvemos deixar assim, por enquanto, e colocamos alarme com sensor na marquise do prédio, próximo de onde foi pichado, para evitar novas sujeiras”, comenta Andréia Scremin, que trabalha no prédio comercial.

De acordo com ela, a pichação na região é mais percebida há cerca de oito meses. “Notamos que muitas pichações acontecem à noite e na madrugada, principalmente nos fins de semana”, afirma Andréia, ressaltando que as pichações representam gasto inesperado para empresas e moradores, com a adoção de dispositivos e de nova pintura.

Tânia Gomes, que mora e trabalha no Água Verde há 22 anos, até tentou combater a pichação no muro de sua clínica veterinária, próximo à rápida sentido centro. No entanto, bastou pintar o muro para que aparecessem pichações. “Sempre foi assim. Tento colocar desenhos para que não pichem tanto, mas não adianta. Os vândalos não dão trégua. Estou com o muro sem pintar há dois anos porque não dá. Se você pinta, na semana seguinte está tudo pichado”, conta.

Arte é solução

Pelo mesmo drama passava Paulo Roberto Toledo, que mora e trabalha próximo à Praça Kornel Denega. O muro da casa dele, próximo à área de lazer, era alvo constante dos pichadores. As tentativas de apagar as pichações só traziam ainda mais trabalho, porque logo em seguida o muro aparecia sujo novamente. A solução foi aceitar a proposta de um artista para fazer grafite no local. “O rapaz veio aqui e fizemos o acordo, há uns seis meses. O grafite ajudou bastante porque pararam de pichar ali. Antes, o muro era pintado e não dava uma semana para que já estivesse pichado”, declara.

Por baixo do grafite é possível enxergar resquícios das antigas pichações e das tentativas de apagá-las. Toledo ainda revela que pensa em colocar uma cerca viva para coibir ainda mais a ação dos pichadores. Por enquanto, a saída para muitos moradores é adotar medidas paliativas para impedir o problema, que ronda as ruas do Água Verde. Casas e espaços comerciais são alvos constantes e quem mora e trabalha no bairro fica à mercê dos pichadores.

Sobre o autor

Joyce Carvalho

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