Que A Terra do Sol Nascente é antiga em tudo, todos já sabiam. Contudo, poucos sabem que nessa história secular podemos incluir antigo histórico sobre origens vinícolas.

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Há indícios de que monges budistas já plantavam mudas de vinhas em Katsunuma, lá pelo século VIII, por razões medicinais. Já no século XVI surgiu o primeiro vinho tinto, o Tintashu, que significa tinta, ou tinto, referente ao estilo do vinho produzido.

Atualmente, embora o instável clima úmido regional proveniente de um país insular, sendo solapado pelos ventos da Sibéria, não contribua muito para a produção de vinhos, chega-se a produzir 30.000 hectares de vinhedo no Japão, onde as varietais híbridas Delaware e Kyoho são as mais comuns.

Nessa esteira, há que se mencionar também uma produção mais elaborada de varietais franceses, produzidas, por exemplo, em Yamanashi, à oeste de Tóquio, onde se faz vinho provenientes da cabernet sauvignon ao melhor estilo de Bordeaux. Uma dessas vinícolas, que na verdade é mais uma empresa universal que propriamente a de um único ramo, o Grupo Suntory produz, além de vinhos de excelente qualidade, outros bons produtos, tais como cervejas, cafés e, pasmem, uísques premiados na International Spirits Challenge, como o de destilaria do ano, pela terceira vez, e a de melhor whisky do mundo, com o Hibiki 21 anos. Foram nove medalhas de ouro no total.

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Com o slogan “crescendo para o bem”, a Suntory tem sobrevivido desde 1899 no Japão… e agora desbrava o mundo. Infelizmente o acesso aos seus produtos ainda é restrito, porém tive o prazer de experimentar um de seus melhores vinhos na companhia do compadre Rogério, cuja esposa Carolina trouxe duas garrafas do Japão.

O vinho degustado foi, naturalmente, elaborado pela Suntory Tomi No Oka Winery, safra 2006, 12.4% de álcool, corte bordalês, ou seja, 40% de Cabernet Sauvignon, 30% de Merlot, 19% de Cabernet Franc e 11% de Petit Verdot, todas as varietais produzidas em parreiras com aproximadamente 20 anos de idade, cuidadosamente plantadas entre 500 a 600 metros de altitude, na própria vinícola. Parece um comentário lógico, mas não rara às vezes, em vários países do mundo, inclusive Brasil, as vinícolas adquirem lotes de uvas de outros terroirs para elaborarem o vinho que consideram próprio.

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Nossa impressão mais verdadeira e holística do vinho foi a de um estilo Borgonhês, e não Bordalês, ou seja, um vinho de corpo médio, cor cereja clara, intenso em frutas vermelhas no olfato e acidez controlada no paladar. Lembrou, sim, um pinot noir, o refinamento de um bom Pommard e, não obstante sua safra fosse 2006, parecia muito jovem, com muito potencial para guarda…. Realmente um grande vinho.

Antes de finalizar, vale a indicação de dois eventos promovidos pela singular importadora Porto a Porto, envolvendo o executivo Julio Fernandes, diretor comercial da Vinícola Justino’s Madeira, uma das mais antigas vinícolas produtoras do português fortificado Vinho da Madeira.

No dia 11 de julho, sábado, às 15h30, haverá uma degustação harmonizada na ABS-PR – Associação Brasileira de Sommeliers – Regional Paraná, organização que tive o imenso prazer de ter sido Presidente, de 2008 a 2010.

Já no dia 13 de julho, segunda-feira, às 19h15, a degustação acontecerá no Centro Europeu. Em ambos os eventos, conduzidos por Julio Fernandes, serão apresentados os diferentes estilos desse vinho, que vai de seco a doce. Cinco serão degustados: Madeira Justino’s Sercial (seco) 10 anos, Madeira Justino’s Verdelho (meio seco) 10 anos, Madeira Justino’s 10 anos, Madeira Justino’s Colheita 1997 e Madeira Justino’s Malmsey (doce) 10 anos.

Dêem uma olhada no material de divulgação:

Até semana que vem!

Cheers!