Dicas de Pinot Noir elaborados fora da Borgonha…

Hoje colocarei à mesa, a descrição de uma noite insólita, de temática Pinot Noir, mas nada dos afamados, refinados e caros vinhos da Borgonha, mas de diferentes terroirs, acessíveis, que foram alvos de teste. Adianto que, avalaindo custo e benefício, foram muito bem.

Começamos com o MACULAN PINOT NERO 2007, italiano, que apresentou uma coloração rubi intensa, escura, quase intransponível. Vinho frutado, elegante, exalando especiarias, notas de noz moscada e pimenta. Remeteu a vinhos do novo mundo, lembrando alguns pinot noir californianos.Preço de mercado brasileiro: R$ 98,90 (Enoteca Doc).

Seguimos com o LES DOMAINES CARTHAGE 2010, um exótico pinot tunisiano. De cor rubi, aroma adocicado, contrastando com um paladar bastante seco, lembrando o de um Hermitage. Na boca, típico vinho de região quente, o que deveria macular sua elegância, mas não o fez… conservou a característica clássica de um pinot noir europeu. Ótimo custo/benefício! Preço de mercado brasileiro: R$ 45,00 (Emporio e Adega Artsie).

O terceiro testado foi um ANSELMANN, TROCKEN, 2009, um pinot noir alemão que, pela sua característica de região fria região, proporciona bom cultivo a pinots, além de espumantes e brancos, é claro. A indicação de terroir foi um pouco mais difícil pelo método que utilizamos de vinho às cegas, pois normalmente esquecemos da Alemanha. Exibiu coloração rubi, típica dos pinots, aroma intenso, com predominância de frutas vermelhas e notas de bala de cereja. Preço de mercado brasileiro: R$ 73,21 (Adega Brasil)

O quarto foi um CAVAS SUBMARINAS PINOT NOIR/CARMENÈRE 2007. Antes de tudo, é importante esclarecer que este vinho é produzido no Vale do Itata, Chile, e nos surpreendeu pela sua história de maturação. Seu envelhecimento se dá a aproximadamente 20 metros de profundidade, no Oceano Pacífico. Há turistas mais ousados que preferem mergulhar in loco e escolher suas próprias garrafas acomodadas no fundo do oceano, o que não foi nosso caso. O corte Pinot Noir/Carmenère também mereceu nossa atenção, primeiro por ser incomum, depois pelo seu resultado, que gerou um vinho agradável, de corpo médio e frutado. Apresentou-se límpido, brilhante e bastante equilibrado no exame gustativo. Vale a experiência! Preço de mercado brasileiro: R$ 81,00 (Dom Castilho Wine Store).

O quinto foi um MATUA VALLEY PINOT NOIR 2007. Neozelandês da região de Marlborough, com o vigor característico dos vinhos do novo mundo e elegância dos vinhos da Borgonha, proveniente do velho mundo. Para um principiante ou ortodoxo, talvez o screw cap (tampa com rosca, sem a necessidade de se utilizar um abridor convencional) no lugar da rolha seja um motivo para torcer o nariz, mas conselho dos cavaleiros: vire a página! Trata-se de um vinho ligeiro, do qual não se espera que fique armazenado por muito tempo, por isso dispensa o uso das rolhas tradicionais, que tanto nos agradam. Notas de pimenta e toques minerais, que destacam o frescor do vinho e do varietal produzido na região. Não é a toa que a Nova Zelândia, depois da Borgonha, produz os melhores pinot noir do mundo. Preço de mercado brasileiro: R$ 148,90 (Todo Vino)

Por fim, como oferta de fim de noite do cavaleiro anfitrião, degustamos um FREY BROTHERS PINOT NOIR 2007. Vinho de coloração rubi intensa, típica dos Californianos (Russian River Valley). Intenso aroma de frutas vermelhas, com notas de cereja e cassis. Preço de mercado brasileiro: R$ 92,00 (wine.com.br) . Vale o investimento.

A base dos preços se deu com pesquisas simples na internet, certamente o leitor encontrará os vinhos aqui testados em outros lugares.

Você já teve uma boa experiência com pinot noir mais acessíveis e de fora da Borgonha, que tal postar a dica aqui?

Espero que o resultado do teste realizado possa auxiliar o leitor em sua próxima compra.

Até a próxima coluna,

Cheers!

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