O velho careta

Pensativo ele coçou a barba, calculando a distância entre as casas. Depois puxou o ar gelado da manhã e se lançou intrépido aos céus.

Por sorte, a altura do pulo não passava de uns três metros, pois o voo acabou dando lugar a uma desastrosa queda. Os pés acertaram forte o chão, os joelhos bateram no queixo e os dentes quase atoraram sua língua.

Simples e radical assim.

O que seria um belo salto de Parkour se transformou numa visita ao hospital com direito a sutura, com vários e dolorosos pontos na língua.

Para quem não conhece, o Parkour é um esporte em que o praticante se move – de um ponto a outro, com rapidez e precisão – utilizando habilidades físicas de maneira a transpor os mais variados obstáculos.

Como tudo o que acontece na sociedade se reflete – de algum modo – no pronto-socorro, podemos dizer que sim, o número de praticantes vem aumentando a cada dia. Luxações, fraturas e escoriações encabeçam o vasto cardápio de lesões.

Videocassetadas à parte, o Parkour é uma atividade que apresenta inúmeros benefícios à saúde. Melhora a função cardíaca, respiração, reflexos, equilíbrio, força e elasticidade. Sem dúvida é uma galera que veio para ficar. Contudo, é bom lembrar o respeito ao próprio corpo e suas limitações. A atividade precisa ser realizada com cautela, concentração e preparo físico. E mais, não deve ser praticada por crianças sem o acompanhamento de adultos.

Eu acrescentaria os equipamentos de segurança, mas é melhor deixar pra lá.

Logo alguém me chamaria de velho careta.

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