Nas alturas

Dias desses atendi a uma paciente com pressão alta. Na verdade, sua pressão estava lá nas alturas, apresentando um valor astronômico de 230 x 120 mmHg.

– Que bom, assim eu morro logo – disparou a senhora de 62 anos, debochando por completo da notícia.
Nosso país conta com um exército de 30 milhões de hipertensos. Além de não saberem disso, muitos têm uma noção equivocada da doença, acreditando que o principal risco seja o infarto do coração.
Não é bem assim.

Quando o coração trabalha sob alta pressão, uma das consequências pode ser o derrame, também conhecido por acidente vascular cerebral (AVC). Em poucas palavras, o sangue chega com tamanha força no cérebro que seus vasos acabam sofrendo algum tipo de prejuízo.

O resultado usualmente não é a morte, mas sequelas neurológicas que podem condenar a pessoa a uma cama por décadas. Dependendo da extensão do AVC, a pessoa não consegue falar, se alimentar, caminhar e precisa de ajuda para coisas simples, como banho e troca de fraldas.

A pressão alta pode dar dor de cabeça, palpitações, dor no pescoço, sensação de peso nas pernas. Muitas vezes, contudo, ela pode se manifestar de maneira perigosamente silenciosa.

Muitos casos parecem estar relacionados com os “privilégios” da vida moderna. Aumento da expectativa de vida, sedentarismo, obesidade, estresse, alimentação descuidada…

E a sua pressão arterial, como anda?
Na dúvida, meça hoje a sua pressão. A maioria das farmácias oferece esse serviço gratuitamente. Caso esteja acima de 120 X 90 mmHg, procure seu médico o quantos antes.

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