Chamar a mãe

A história de hoje fala de amor materno, gripe e resfriado.

Aliás, aqui talvez caiba uma explicação. Gripe e resfriado não são a mesma coisa. Na gripe encontramos um quadro mais florido, com febre, fraqueza e dores pelo corpo e cabeça. Já o resfriado se apresenta de forma mais branda, com a prevalência de espirros, nariz escorrendo e uma eventual dor de garganta.

Em comum, ambos são causados por vírus e não por bactérias, como muitos acreditam. Aliás, vírus e bactérias são ‘bichos’ bem diferentes. Em geral, as viroses costumam melhorar sozinhas. Já as doenças causadas por bactérias podem precisar de um antibiótico, que é um medicamento que só mata bactérias e não vírus.

Dito tudo isso, preciso falar da chamada ‘peregrinação do antibiótico’, muito comum na prática médica, em especial na pediatria. Em poucas palavras, muitas mães corujas levam seus pimpolhos gripados – ou resfriados – ao consultório. Quando percebem que o médico não prescreveu o tal do antibiótico, não sossegam até conseguir uma bendita receita.

É quando começa uma romaria de consultas até convencer – ou comover – algum médico de que a criança não melhora porque não foi receitado antibiótico.

Pois é. Além de ineficaz nos quadros de viroses, o uso sistemático de antibióticos tem criado um cenário perturbador para o futuro. Afinal, seu uso indevido tem gerado uma perigosa resistência das bactérias.
Acredita-se que, em alguns anos, muitos antibióticos serão tal como água.

Quando isso acontecer, o que você vai fazer?

Chamar a mãe?

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