Muito se fala da violência contra a mulher, mas me pergunto se temos noção da real magnitude do problema. Em um intervalo de poucas semanas, atendi duas pacientes em início de pré-natal. Nos dois casos, tomei dois sustos quando chegaram os exames de rotina.

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No sangue da primeira paciente apareceu sífilis, doença sexualmente cabeluda que tem descabelado os médicos pelo alto número de novos casos. A saber, logo após o diagnóstico, todo casal deve ser medicado. Contudo, fui pego de surpresa ao saber que o pai da criança simplesmente não quis fazer o tratamento. Poxa, o sujeito “supostamente” passa sífilis para a companheira, ameaça a saúde do próprio filho e ainda se recusa tratar a doença.

Desrespeito pouco é besteira.

O exame da segunda paciente foi ainda pior, pois deu positivo para HIV. Ao investigar o prontuário do marido, percebi que dois anos antes ele já havia sido diagnosticado com o vírus. Porém, nunca tratou tampouco comunicou sua esposa.

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Sim, desgraça pouca é bobagem.

Por mais absurdas que essas histórias possam parecer, elas são mais comuns do que se possa imaginar. Claro, existem homens do bem assim como há mulheres do mal. Mas a sensação que fica é a de que existem mais mulheres do que homens sofrendo em relacionamentos que são tão frágeis quanto doentios.

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Por que viver uma confiança cega em casamentos em que o respeito é unilateral? A resposta não é simples, mas certamente passa pela falta de amor próprio.

Então, que seja eterno enquanto dure.

E que isso não custe a sua vida.