E a reforma? Sai ou não sai?

A reforma da previdência é um assunto polêmico, que gera muita discussão, Foto: Pixabay

Em meio à Reforma, muitos questionam o déficit da Previdência Social.

Pois bem. É preciso esclarecer que Previdência Social não é a mesma coisa que Seguridade Social. A Seguridade Social é uma conta que engloba a Saúde, Assistência social e a própria Previdência.

São destinados à Seguridade Social, diversos tributos como o Cofins, PIS/Pasep, CSLL, e outras receitas como as das loterias.

A contribuição do trabalhador e do empregador para o INSS e a contribuição do funcionário público e da União para o regime próprio dos servidores, essas sustentam a Previdência Social.

Do lado das despesas está o orçamento da saúde, os pagamentos do seguro-desemprego, abono salarial e os benefícios assistenciais como o Loas e o Bolsa Família. A Previdência propriamente dita arca com os benefícios previdenciários do INSS e dos inativos e pensionistas da União.

A Previdência Social fechou 2018 com um déficit de R$ 195,2 bilhões. Em 2017, o déficit foi de R$ 182,4 bilhões! Ou seja, só cresce…

É claro que dentro do orçamento do INSS tem muita coisa errada. Por exemplo, as aposentadorias rurais, para as quais não há contribuição do trabalhador e os Benefícios de Prestação Continuada, pagos a pessoas que recebem renda inferior a um quarto do salário mínimo, são claramente benefícios assistenciais.

Além disso, o os benefícios de auxílio-doença e aposentadorias por invalidez estão sendo auditados e muitas fraudes estão sendo descobertas…

Agora, achar que a Reforma não é necessária é empurrar para frente um problema que é cada vez mais grave.

Não temos como lutar com a demografia. Há 40 anos, um aposentado vivia mais 15 anos. Hoje, quem se aposenta por tempo de contribuição vive, em média, 30 anos aposentado. Um terço da vida. Quando tínhamos muitos brasileiros nascendo – na década de 60 do século passado eram 6,4 filhos por brasileira, em média – e poucos aposentados, tudo bem. Receita alta, despesa baixa. Mas hoje a taxa de natalidade é de apenas 1,7 filho por brasileira. Resumindo, falta sistematicamente dinheiro para fechar as contas e, em poucos anos, não haverá dinheiro sequer para pagar os já aposentados.

É aquela história: é melhor receber alguma coisa do que não receber nada!