Existe um lugar no Centro de Curitiba que sempre provocou a minha curiosidade: lotado sempre aos fins de semana, da sexta à noite ao almoço de domingo. Aquele cheiro de carne assada boa e, ao mesmo tempo, o papo alto nas mesas, cadeiras de plástico, copo americano suado, criança brincando e a calçada sempre cheia.
Sabe aqueles lugares em que a gente não sabe ao certo se é um bar ou um restaurante? Você pode passar ali para tomar uma cachacinha ou bater um pratão de respeito. Em tempos em que refeições completas em lugares instagramáveis chegam a custar mais de três dígitos, encontrar um lugar com buffet livre a partir de R$ 22 no Centro é quase ficção científica. Sim, ele existe. E ainda tem carne assada muito boa.

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No Baiak, o almoço é simples e vai direto ao ponto. Arroz soltinho, feijão bem temperado, farofinha, macarrão, salada fresca – tudo num buffet livre. À parte, na mesa, uma proteína que você pode escolher entre um frango grelhado, ou um bife acebolado. Por R$ 38, servem o buffet livre com um pedaço generoso de costela assada e uma porção de maionese.
A carne assada é servida apenas no fim de semana, sábado e domingo. E meu amigo, na sinceridade, a gente quase não espera muito de um almoço de R$ 22. O buffet pode ser até que não seja o ponto mais forte do restaurante. É simples, e entrega o que promete. Mas quando veio aquele pedaço generoso de costela na mesa, fiquei impressionada. Carne super macia. No Baiak, ela é assada na máquina de frango, envolvida no celofane, e por isso é bem suculenta e bem molinha.
Do Círculo Militar para a Francisco Torres
O restaurante Baiak começou dentro do Círculo Militar, há poucas quadras dali, mais ou menos em 2013. “Meu pai, Gilson, era a alma do negócio. Era amigo de todo mundo, sentava, conversava, bebia uma cerveja junto com os clientes. No Círculo Militar, os clientes conheciam como o bar da piscina, do Baiak”, conta a filha Paola Baiak, de 24 anos.
Veio a pandemia e foi difícil manter o bar dentro do Círculo Militar. Então o Baiak se instalou há poucos metros dali e está no mesmo lugar, na Rua Francisco Torres, nº 98, até hoje.

Infelizmente, Gilson Baiak faleceu em dezembro do ano passado, 2024. Ele era o cabeça de tudo, fazia tudo, temperava as carnes, preparava os espetinhos, fazia as compras. Preparou a família um pouco, ensinou como pôde. “Ele trabalhava dia e noite. Ele faleceu bem no Natal, o que na verdade foi bem difícil”, relembra a filha.
A tristeza aos poucos foi se transformando em saudade. O cardápio da semana no Baiak segue uma programação fixa: terça-feira de costela ao molho, quarta-feira de feijoada, quinta-feira de dobradinha e sexta-feira de moqueca de peixe. Tudo a um preço fixo de R$ 22.
“Ele cozinhava muito. Fazia os espetos, uma cachaça que até hoje muitos clientes antigos procuram. E ah, tem também a comida. Tem um yakissoba que só ele que fazia. A gente não sabe como ele preparava. A gente manteve quase todo o cardápio, só não faz mais o yakissoba”, revela.
No Baiak, a mãe Neusa e os três filhos – incluindo a Paola – é que tocam o restaurante. A Neusa cuida dos preparos da cozinha e os filhos ficam no atendimento. “Minha mãe já tem experiência na cozinha. Ela trabalhou muitos anos na cozinha do Mabu”, expõe.
Do status da gastronomia internacional para a comida popular, o prato simples ganha seu valor no caldinho do feijão preto vira informalmente o molho daquele espaguete que ganha cor pelo extrato de tomate, ou naquela saladinha de cebola cortada bem fina, quase transparente, que você joga por cima de uma beterraba cozida, ou de uma alface crespa, e tempera com vinagre de álcool.
Esse é o jeitinho do restaurante que seu Gilson Baiak queria deixar ali. Comida popular de verdade, com preço justo, caseiro, simples, mas bem feito. O ambiente é simples. Não espere um piso porcelanato ou paredes de cimento queimado.
“Era essa a cara que meu pai queria deixar. Aqui, a gente vai manter o preço, fazer uma comida mais caseirinha. E isso foi conquistando a região. Tem bastante restaurante por aqui. Na esquina mesmo tem um. Mas na sexta o espetinho lota, e também sábado e domingo. Dia da semana é mais calmo. Nosso carro-chefe com certeza é a costela”, garante Paola.
Fique atento ao cardápio
Para você não se perder, fique atento aos valores barateza: frango assado inteiro, recheado com farofa de calabresa, fica por R$ 60. A metade do frango, cortado na serra fita, é vendida por R$ 30. A costela assada sai por R$ 85 o kg. Tem também a opção para almoçar com o buffet livre e uma fatia generosa de costela, mais maionese, por R$ 38.

De terça a sexta tem almoço livre, com cardápio pré-definido, por R$ 22. Sábado e domingo também tem almoço barateza de R$ 22 e também a opção da carne assada. Dá pra levar para casa, montar uma marmita, dá também para comprar só o pedaço de costela e comer com uma cervejinha, pedir só uma coxa de frango grande assada para levar para casa por R$ 12 a unidade.
Às sextas, o que faz sucesso é o espetinho. Eu não cheguei a provar e conhecer, mas já percebi que o lugar costuma lotar nesse dia. Os espetinhos são variados: alcatra, tulipa de frango, coração, linguiça, queijo coalho, pão de alho e choripan por R$ 8 cada. Tem pote na mesa com farofinha seca, molho de alho e molho verde da casa. Vinagrete à disposição para quem pede o choripan.
**Os valores do cardápio divulgados no post são de julho de 2025 e podem sofrer alterações.

Que tal provar o Baiak?
O restaurante fica na Rua Francisco Torres, 98, Centro. Funciona de terça à quinta, das 11 às 15 horas. Sextas, o dia todo, das 11 às 22 horas. Sábados e domingos, das 11 às 15 horas. Fechado às segundas.
Realiza entregas na região do Centro via WhatsApp nos telefones (41) 99547-7233 / (41) 99690-8974 / (41) 99858-8258.
CONFIRA O MENU COMPLETO DO RANGO BARATEZA:
Sanduíches;
Sopas;
Pizzas;
Massas;
Doces e sobremesas;
Salgados;
Pratos feitos;
Carnes;
Petiscos;
Buffet.
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