Um estudo conduzido pela psicóloga Marit Råbu, da Universidade de Oslo, na Noruega, investigou o impacto da profissão de terapeuta na vida pessoal de terapeutas experientes, com idades entre 68 e 86 anos e carreiras que variaram de 35 a 56 anos. Eles compartilharam suas histórias sobre como a prática da terapia impactou profundamente suas vidas pessoais.

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Tema 1: Privilégio de Conhecer e Contribuir

Terapeutas descreveram seu trabalho como enriquecedor e inspirador, permitindo-lhes desenvolver-se pessoalmente. Um dos temas essenciais que emergiram desse estudo foi a sensação de privilégio que os terapeutas experimentaram ao longo de suas carreiras. A oportunidade de se aproximar de pessoas de diferentes origens sociais, profissões e culturas foi descrita como enriquecedora. Eles descreveram seu trabalho como inspirador e vitalizante. Como terapeutas, tiveram a chance de desempenhar um papel crucial no desenvolvimento pessoal de seus clientes e, ao mesmo tempo, permitiram a si mesmos explorar diversas partes de sua própria identidade.

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Tema 2: Lidando com o Sofrimento

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O estudo destacou que o acúmulo do sofrimento dos clientes pode ser uma carga significativa para os terapeutas, afetando suas vidas pessoais. Entretanto, o estudo também revelou os desafios emocionais enfrentados por esses terapeutas experientes. A exposição contínua ao sofrimento de seus clientes ao longo do tempo teve um impacto significativo em suas vidas pessoais. Alguns compartilharam a sensação de acumular o peso emocional das experiências de seus clientes, enquanto outros lutaram com a responsabilidade e a culpa de não poderem aliviar o sofrimento de seus pacientes.

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Tema 3: Impacto nos Relacionamentos Pessoais

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Ser terapeuta enriqueceu as habilidades de relacionamento dos terapeutas, mas também sobrecarregou alguns relacionamentos pessoais. A influência nos relacionamentos pessoais também foi um tema abordado. Alguns terapeutas
sentiram-se sobrecarregados e distantes de seus entes queridos após longos dias de trabalho, enquanto outros encontraram enriquecimento em suas habilidades de
relacionamento, desenvolvendo um profundo entendimento e aceitação das pessoas ao seu redor.

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Tema 4: Construção de um Modo de Vida

Os terapeutas enfatizaram a importância de construir um estilo de vida que permitisse o equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal, incluindo o autocuidado. Por fim, estudo enfatizou a importância de construir um estilo de vida equilibrado para gerenciar os desafios de ser um terapeuta. Manter um espaço pessoal, estabelecer limites, reconhecer as próprias necessidades e praticar o autocuidado emergiram como elementos cruciais para manter uma vida significativa além do trabalho terapêutico.

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Como psicóloga, esses relatos validam muito o que também sinto e vivo, além de me fazerem refletir sobre a complexidade e a profundidade de nosso trabalho. Ajudar os outros a navegar pelos desafios da vida é um trabalho enriquecedor, mas também é um caminho que exige cuidado constante com nossa própria saúde mental e emocional.

É um lembrete valioso de que, como terapeutas, também somos seres humanos com nossos próprios desafios e necessidades, e é fundamental cuidar de nós mesmos para que possamos continuar a oferecer o melhor apoio aos nossos clientes.

Espero que essas reflexões inspirem você, assim como me inspiraram, a continuar a explorar o impacto da terapia não apenas nos outros, mas em nós mesmos como
terapeutas. É um caminho desafiador, mas também repleto de aprendizado e crescimento pessoal.

Referencias: Marit Råbu, Christian Moltu, Per-Einar Binder & John McLeod (2016) How does practicing psychotherapy affect the personal life of the therapist? A qualitative inquiry of senior therapists’ experiences, Psychotherapy Research, 26:6, 737-749, DOI: 10.1080/10503307.2015.1065354 10.1080/10503307.2015.1065354


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