O garoto que foi amante de uma madame que usava lingerie vermelha

Na primeira viagem que Terezinha e o irmão Eusébio fizeram para a capital, o garoto ficou doente e acamado. Ele tinha quinze anos na época enquanto Terezinha dezesseis. Benigna Drummond, a mulher do engenheiro, levou sopa para ele na cama, colocou a mão sobre a testa e disse: “A febre está indo embora”. Então ela passou toalha umedecida no rosto, para limpar o suor e depois no peito. A coberta desnudou o ventre dele, deixando antever os pelos pubianos e a intimidade. A mulher do engenheiro olhou admirada: “Nossa, que coisa, menino!”. O episódio foi o início de tudo.

Eusébio contou que à noite a mulher do engenheiro voltou ao quarto para ajudá-lo a ficar melhor. Ela usava um robe branco e o tirou, ficando com lingerie vermelha e sensual. Benigna Drummond trancou a porta e pegou a intimidade dele e começou a brincar. Ela ficou intumescida e a mulher do engenheiro fez coisas que deixaram o garoto incomodado porque ela era gorda e ele teve medo de o engenheiro aparecer repentinamente e matá-lo com um tiro. Ele dormiu com o sexo dolorido. Na noite seguinte, a mulher voltou ao quarto de Eusébio com outra lingerie vermelha e fez a mesma coisa. Só que desta vez ela montou sobre ele e o cavalgou como ele fosse um pônei.

Ele sarou, mas a mulher do engenheiro fez de tudo para ele ficar mais algumas semanas. Eusébio só contou para Terezinha o que passou na capital depois que eles voltaram para o interior. No fim do ano a mulher do engenheiro convidou a mãe de Eusébio para ir para a capital. E quando fazia sol, ela pedia para o motorista levar todo mundo para a praia, onde tinha casa. A mãe de Eusébio ficava feliz com a festa que a mulher do engenheiro fazia. Terezinha pensou em dizer para mãe que desconfiava que a mulher do engenheiro se apaixonou por Eusébio, mas achou melhor se calar.

Quando as férias terminaram e eles voltaram para o interior, a mulher do engenheiro foi visitá-los. Terezinha desconfiou que a mãe sabia tudo e alcovitava a mulher do engenheiro. Ela chegou a esta conclusão depois de a mulher do engenheiro voltar para a capital e a mãe do garoto contar algumas notas: “Esta visita foi a nossa salvação!”. Novas visitas aconteceram. Terezinha desconfiou que o irmão não gostava. Ele ficava nervoso quando a mulher do engenheiro ia visitá-los. E quando ela ia embora ele ficava deprimido e envergonhado, como tivesse feito coisa errada. Terezinha percebia, mas não podia falar para a mãe para ela não se zangar.

Eusébio ficava sentado na calçada defronte de casa jogando pedras na rua, pensando na vida e resmungando: “Eu não gosto dela”. Como estava triste, Terezinha chegou por trás dele e o abraçou pelo pescoço. Ele tinha suas razões. A mulher do engenheiro não era feia, era até bonita, mas não era a mulher que um rapaz de quinze para dezesseis anos gostaria para fazer coisas que sonhava em fazer com garotas pelas quais se apaixonava na escola. Terezinha entendia o irmão. Se estivesse no lugar dele não ia querer dormir com um homem velho e careca, ainda que ele tivesse a paixão de um garoto de dezesseis anos.

O dia em que Eusébio disse que não faria mais coisas com a mulher do engenheiro, a mãe teve explosão de raiva: “Você não entende nada da vida. Vai querer gastar dinheiro num bordel?”. Eusébio ficou confuso. Ele morreu de vergonha de ouvir a mãe falar aquilo, ainda mais que os vizinhos poderiam ouvir. Mas a mãe pensava no dinheiro da mulher do engenheiro. Então, foi depois desta discussão que ele disse para Terezinha que ia embora da cidade e um dia voltaria para vê-la, porque era a única pessoa que gostava dele. Isto aconteceu na semana em que o circo chegou. Eusébio se apaixonou pela moça do trapézio, que era filha do domador e ela o chamou para conhecer o trailer em que morava. Ela disse que se ele quisesse, ficariam juntos. Ele tinha, agora, dezesseis e ela dezenove.

Eusébio disse: “Eu não sei ganhar dinheiro!”. Ela respondeu que no circo todo mundo ajudava todo mundo. Ela contou para o pai que gostava de Eusébio e o domador disse que Eusébio poderia ficar. Ele foi com o circo e mesmo vendendo amendoim durante as apresentações e vestindo roupa de palhaço e dando cambalhotas para ajudar os palhaços mais velhos nos espetáculos, ele era feliz. A mãe de Eusébio chamou a polícia, mas só Terez,inha soube que o irmão fugiu com a moça do circo. Depois daquele dia, a mulher do engenheiro não visitou mais a família e Terezinha e a mãe não foram mais para a capital.