Masculino, feminino ou misto?

Ela fez 28 pontos num só jogo. Foi a maior pontuadora em quadra, quando seu time, o Sesi/Bauru, venceu o Sesc/RJ. Tifanny é a primeira transexual a atuar na Superliga feminina de vôlei. E está no meio de uma polêmica. É correto alguém que nasceu homem competir em meio a pessoas nascidas mulheres?

O técnico Bernardinho, derrotado no duelo em questão, foi flagrado, após bom lance de Tifanny, dizendo a seguinte frase: “Um homem. É f…”. Pouco depois, desculpou-se. A patrulha do politicamente correto já o havia mirado.

Fato é que isso está acontecendo e, certamente, divide opiniões. Afinal de contas que resposta merece a pergunta feita acima? É inegável que, suprimidas raras exceções, um corpo masculino é naturalmente mais forte que um feminino.

Para poder jogar como mulher, Tifanny teve que cumprir um rito legal determinado pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). Apresentou documentação jurídica com nome e foto de mulher, além de exame dos últimos 12 meses com nível de testosterona abaixo de 10nmol/L ou 288 ng/dL. Índices de mulher. Acima disso ela não seria aprovada.

A jogadora iniciou a mudança de sexo em 2013, aos 28 anos. Ou seja, nasceu homem e viveu quase três décadas como tal. Em entrevista ao jornal O Globo, o médico João Granjeiro, coordenador da Conamev (Comissão Nacional de Médicos do Voleibol), ressaltou: “Ela nasceu homem e construiu seu corpo, músculos, ossos, articulações com testosterona alta. Nenhuma mulher, a não ser que tenha usado testosterona de origem externa ao organismo, conseguiria formar o mesmo corpo. É só olhar para a atleta, alta e muito forte”

É óbvio que mesmo seguindo regras que a permitem entrar em quadra, Tiffany tem larga vantagem física sobre todas as suas adversárias. Não é uma discussão fácil. Ao mesmo tempo que devemos respeito a qualquer pessoa, independente de credo, cor, raça ou gênero, há que se considerar que numa competição há muito mais em jogo e os critérios naturais, homem ou mulher, são fatores determinantes. Politicamente correto, neste caso, é competir dentro de critérios fisicamente justos. Sem mimimi. Nenhuma mulher pode ser criticada caso se recuse a competir nessas condições.

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