Inovação na hora de pagar pra andar de ônibus

Quando se fala em inovação, o que vem à cabeça é tecnologia, equipamentos eletrônicos e coisas do gênero. Talvez um grande projeto. Mas inovar é, na verdade, resolver de maneira inteligente problemas que afetam muitas pessoas. Propor soluções com poder de melhorar a vida de comunidades inteiras.

Nossa cidade está tentando retomar este caminho. Já elogiamos aqui as iniciativas que estão brotando no Vale do Pinhão, capitaneadas pela Agência Curitiba. Agora sai do forno talvez a ideia de maior impacto dos últimos tempos: cobranças diferenciadas na tarifa do transporte coletivo.

O novo projeto permite a criação do bilhete único e a tarifação variável por horário. São medidas simples, que envolvem grande planejamento e interferem positivamente no cotidiano dos cidadãos.

A primeira ideia não é grande novidade. Já é aplicada com sucesso em cidades como São Paulo, a maior metrópole do país, há alguns anos. Paga-se um valor fixo por determinado período de uso. Ao longo deste tempo, o usuário pode percorrer quantos itinerários quiser.

O prefeito Rafael Greca defende a aplicação mais ampla possível do sistema, com preços por hora, dia, semana e mês. Estudos nesse sentido já foram encomendados à Urbs. Duas horas de embarques e desembarques ilimitados custariam, por exemplo, o valor de suas passagens.

Cobrar mais barato de quem anda de ônibus fora dos horários de pico também é uma boa. Certamente vai estimular quem não usa costumeiramente e, claro, pode aguçar quem sofre nos horários de maior lotação a mudar sua rotina. Quem puder, com certeza, fará isso. Mais conforto e menor preço são ótimos benefícios.

Outro lado

As medidas também surgem em boa hora para os empresários do setor. Fica mais fácil planejar. Chega de copo vazando e caneca vazia. Coletivos menos cheios demandam menor manutenção e consomem menos combustível. Fica tudo mais equalizado, inclusive facilitando o cumprimento de horários nas rotas.

Curitiba precisa de medidas deste porte pra se manter atual e servir de exemplo. O curitibano é mal-acostumado. Se habituou a receber olhares de admiração do restante do país. E isso é bom.