Há muito mais em jogo, além de ideologia, se quisermos que o Brasil seja, um dia, uma pátria altamente “educada”. É necessário que o presidente eleito tenha noção disso e não permita que obstruam sua visão, que precisa ter longo alcance.

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Jair Bolsonaro havia escolhido Mozart Neves Ramos, diretor do Instituto Ayrton Senna, para Ministro da Educação. Já como segunda opção, pois a primeira era a presidente da entidade, Viviane Senna. Conversas neste sentido aconteceram ainda durante a campanha. A irmã do ídolo brasileiro das pistas desde logo recusou o convite, mas seguiu apoiando Bolsonaro e, ao que tudo indica, participou da indicação de Mozart.

Deu na trave. A bancada evangélica do Congresso Nacional o reprovou. Sem chance de prova de reconstrução. Queriam no lugar alguém ideologicamente identificado e compromissado com o projeto Escola Sem Partido e tudo o que ele representa.

Nos parece claro que os três principais pontos deste projeto são abraçados pela ampla maioria da sociedade e merecem acolhida. Ideologia de gênero, militância política e doutrinas religiosas são questões que não deveriam permear a educação de crianças em idade escolar. Mas será que é dever do Estado se meter nisso?

Muito mais

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Independente da vontade política de se resolver este problema, quando se pensa em educação e no desenvolvimento educacional das próximas gerações, esta é apenas a pontinha do iceberg.

Jair não recebeu votos no mês que passou. Tornou-se depositário de traços de esperança. Diferente de outras épocas, agora os eleitores votaram pra detonar o sistema atual e enxergaram nele o “soldado” ideal. Se vai ser, só o tempo dirá.

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E o futuro presidente sempre destacou a educação como uma de suas bandeiras principais. Pressionado, mudou de ideia e oficializou Ricardo Vélez Rodríguez ministro da área. Nascido na Colômbia, filósofo e professor da escola do Exército, ele é favorável a “limpar” o ministério do que considera entulho marxista.

Isso é sim importante, mas é preciso ter ciência de que o Brasil precisa, mesmo, é de um planejamento que privilegie as próximas gerações. Se Bolsonaro e Vélez focarem apenas no período das suas gestões, serão iguais aos outros que já despacharam em Brasília. Educação é um exercício de paciência. Se planta hoje pra colher daqui a 20, 30, 40 anos. Que assim seja. Mais que votos, falamos de esperanças.