Sedentarismo e obesidade, males do século 21

No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, a parcela da população cujo índice de massa corporal (IMC) é igual ou superior a 30, considerada obesa de primeiro grau, passou de 11,4% para 13,9% em apenas três anos. Tudo isso é preocupante. É evidente o equívoco que se comete quando se considera a obesidade apenas um problema estético.

Na verdade, é questão de saúde, e é sob esta perspectiva que deve ser combatida, assim como o sedentarismo. Com bom senso, ponderação e, sobretudo, sob supervisão médica. A boa notícia é que a medicina evoluiu muito e vem, a cada ano, realizando descobertas, revendo parâmetros ultrapassados e tornando acessíveis diagnósticos, métodos e protocolos que auxiliam as pessoas a buscar uma vida mais saudável e longeva.

Informação e moderação são aspectos cruciais nesse combate aos males desse século. Por exemplo, há pessoas que por razões estéticas buscam medicamentos para emagrecer como se esses fossem panacéias universais. Não há dúvida que esses recursos podem ser muito úteis para alguns indivíduos claramente diagnosticados como obesos mórbidos, no entanto, é fundamental a informação de que a administração deve ser monitorada pelo médico, uma vez que pode implicar em efeitos colaterais deletérios.

A prevenção da obesidade é relativamente simples e consiste em equilibrar a ingestão calórica com o dispêndio energético. Se um indivíduo ingerir três mil calorias por dia e gastar o mesmo, manterá seu peso corporal. Se ingerir o mesmo, e despender em exercícios mil calorias a mais, emagrecerá.

Mas, até a recomendável prática de exercícios físicos precisa ser orientada e supervisionada por profissionais qualificados para identificar em cada indivíduo suas peculiaridades, vulnerabilidades e potenciais. Uma simples caminhada pode ter consequências indesejáveis, perversas ou inócuas, dependendo do caso, se não for bem avaliada por profissional que leve em conta os limites e características de cada
pessoa que o procura.

Isso não quer dizer que não existam algumas regras gerais. Por exemplo, é consenso que praticar exercícios físicos e diminuir os excessos em ocasiões naturalmente prazerosas, como os happy hours e churrascadas – dos quais ninguém deve se privar – são recomendações para todos. Assim como a indicação para se evitar a ingestão de alimentos com altas concentrações calóricas e ficar atento para manter a circunferência abdominal abaixo de 90 cm.

Acumulamos conhecimentos que podem tornar a caminhada humana mais prazerosa e saudável. Devemos, porém, desenvolver mais uma habilidade que, se pudesse sintetizar em uma palavra, diria que é equilíbrio. Falta ampliar este atributo para todos os aspectos de nossa vida cotidiana.