Suspense sufocante, “Hereditário” é um filme para não ver sozinho

Hereditário. Foto: Divulgação

O estúdio norte-americano A24 mais uma vez é destaque por uma de suas produções. Após ter no currículo prêmios com “Moonlight” (2017) e “O Quarto de Jack” (2016), e ainda indicações com “Lady Bird – A Hora de Voar” (2018) e “Projeto Flórida” (2018), a produtora também possui inúmeras obras aclamadas pela crítica e conquistou a aprovação do público com os longas “A Bruxa” (2016), “Ex Machina – Instinto Artificial” (2015) e “Bom Comportamento” (2018).

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Mais uma vez, a A24 acertou em cheio em sua nova produção, Hereditário (2018). E por que precisamos falar deste novo terror que estreou na última quinta (21)? Antes de tudo, é bom deixar claro que a ideia desse post não é criar expectativa, mas explicar porque todo mundo (ou a maioria) está falando super bem dessa produção independente. É um novo “O Exorcista”? Por que teve gente que odiou?

Hereditário é o filme do estreante diretor e roteirista Ari Aster. No elenco, podemos contar com a excelente atuação de Toni Collette (Pequena Miss Sunshine), Ann Dowd (O Conto de Aia), Gabriel Byrne (Vikings), Alex Wolff (Jumanji: Bem Vindo a Selva) e a atriz revelação Milly Shapiro.

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O longa começa após a morte da avó, uma mulher reclusa, discreta e cheia de segredos. Mesmo após a partida da matriarca, ela permanece na vida da família, ainda mais na neta mais nova, Charlie. A família Graham então começa a desvendar alguns mistérios por trás da falecida. Veja o trailer:

A história de Aster encaminha para um terror psicológico que vai crescendo com o passar do tempo. Assim como em “O Exorcista” (1973), “A Bruxa” (2016) e “Mãe” (2017), “Hereditário” não é aquele filme que vai te assustando já logo no começo, mas é aquele que vai te prendendo com uma história de suspense sufocante. A narrativa chega muito perto destes excelentes filmes. Ari Aster consegue criar um novo terror com referência no que deu certo, sem clichês.

Os momentos bizarros da família Graham são os mesmos passados pela família Murphy, no filme “O Sacrifício do Cervo Sagrado” (2018). A tensão e a busca pelo significado da tragédia são bem estruturadas, além da estética e fotografia são bem semelhantes. A diferença é que o segundo vai mais para o suspense.

Da esquerda para a direita, "O Sacrifício do Cervo Sagrado"; "O Exorcista" e "O Bebê de Rosemary". Imagem: Divulgação
Da esquerda para a direita, “O Sacrifício do Cervo Sagrado”; “O Exorcista” e “O Bebê de Rosemary”. Imagem: Divulgação

Mas se for para escolher um filme de referência, não diria que seria um novo “O Exocista” (1973), mas sim o clássico de Roman Polanski, “O Bebê de Rosemary” (1968). Toni Collette é a nova Mia Farrow. Eu espero que tenha uma indicação ao Oscar para ela e também, claro, para o filme, assim como foi em “Corra!” (2017). Hereditário tem duas horas de duração, mas confesso que queria pelo menos mais uma hora de filme.

Hereditário assusta, te prende e sufoca. Se for ver no cinema, não vá sozinho e eu acho melhor você dormir de luz acesa. Confira a programação completa.

Avaliação:  ⭐⭐⭐⭐1/2
Pra quem gosta: terror/suspense
Pra assistir: amigos.
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