Crítica

“A Mulher na Janela”, lançado pela Netflix, é um desperdício como filme de suspense

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Cena de "A Mulher na Janela". Foto: Divulgação/Netflix

Depois de quase dois anos, finalmente a tão aguardada adaptação para o cinema do livro de A.J. Finn, “A Mulher na Janela” foi lançada. O filme que era previsto para ter estreado nas telonas em outubro de 2019, foi prorrogado para maio de 2020, mas, por conta da pandemia, foi adiado sem data definida até que a Netflix anunciou a compra dos direitos de distribuição e lançou em sua plataforma na última sexta-feira (14).

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Estrelado por Amy Adams, o longa era uma das grandes apostas da 20th Century Studios para o final de 2019. Wyatt Russell e Antohony Mackie, ambos da série “Falcão e o Soldado Invernal”, e os premiados Gary Oldman (“Mank”) e Julianne Moore (“Jogos Vorazes”) são alguns dos grandes nomes que formam o elenco do filme, que ainda conta com a direção de Joe Wright, cineasta conhecido por dirigir “O Destino de uma Nação” e o famoso episódio da 3ª temporada de “Black Mirror” sobre avaliação das pessoas em um aplicativo “Queda Livre”.

“A Mulher na Janela” é sobre Anna Fox, uma psicóloga e que mora sozinha em uma grande casa. Com medo de sair de sua própria residência, ela passa a vida assistindo a filmes, bebendo vinho e bisbilhotando a vida de seus vizinhos, até que um dia desconfia ter presenciado uma cena de crime.

Um suspense vibrante na literatura, o filme tinha tudo para ser uma das melhores tramas de crime, mas decepciona. Joe Wright, infelizmente, estraga com tudo.

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Cena de “A Mulher na Janela”. Foto: Divulgação/Netflix

Os erros começam pelo desperdício de seu casting, que é capaz de deixar qualquer diretor(a) de cinema morrendo de inveja. Joe Wright perde o potencial de cada estrela presente no longa. A começar com Amy Adams, que vive uma protagonista rasa, que não consegue entregar todos os defeitos e a problemática vida pessoal da personagem. A misteriosa personagem de Julianne Moore é outra que tinha tudo para deixar qualquer espectador instigado com sua presença na história. Quem leu o livro sabe o que estou dizendo. Até a triste participação de Gary Oldman, que chega a ser quase um figurante na trama.

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Culpa da edição? Com certeza. O grande defeito em “A Mulher na Janela” está explícito na sua montagem. Os cortes bruscos, cenas rápidas e sem os desfechos necessários podem ser o grande causador dos problemas que o filme encontra. A sensação que se tem, é de que o longa foi reeditado para ser exibido em um curto espaço na grade de um canal de televisão.

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Cena de “A Mulher na Janela”. Foto: Divulgação/Netflix

Elogiado por adaptar a peça de teatro “Álbum de Família” para o cinema, lançado em 2013, o escritor Tracy Letts não tem o mesmo efeito em “A Mulher na Janela”. Desta vez ele perde a mão, apresentando conflitos ríspidos, personagens sem profundidade e ainda excluí outros personagens presentes no livro que tinham potenciais na trama cinematográfica.

Infelizmente o novo filme da Netflix é uma obra vomitada. É confusa, amadora e decepcionante. Os produtores Anthony Katagas, Eli Bush e Scott Rudin jogaram no lixo todo tesouro que o filme tinha: elenco e história.

Avaliação: ⭐⭐
Para quem curte: suspense
Pra assistir com: amigos, crush ou sozinho
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