Hebe – A estrela do Brasil mostra luta contra a censura e o preconceito

Divulgação/Warner

Hebe –  A  estrela do Brasil – estreia nos cinemas na próxima quinta-feira (26). Com Andrea Beltrão no papel da apresentadora, o filme, com roteiro de Carolina Kotscho, direção de Maurício Farias, conta a luta de Hebe contra a censura e o preconceito em dois momentos dela na tv brasileira: primeiro na Bandeirantes, depois no SBT, tudo isso no pós a redemocratização – de 1985 até fim da década. Foram quatro ou cinco anos intensos, com perseguições da censura, que seguiu na ativa após a queda dos militares, o que para Hebe era um absurdo. De fato: era.

A liberdade de expressão que Hebe clamava era para dar vozes aos gays, as minorias e ao empoderamento feminino, um termo desconhecido na época. A apresentadora fazia questão de mostrar a força das mulheres em todos os ramos de atividades, não tinha medo de cara feia, mesmo dos censores. O filme conta que ela deixou a Bandeirantes por ter sido obrigada a gravar seu programa semanal, que antes era ao vivo, para evitar embaraços com os censores.

Com isso, Hebe abandonou a emissora paulista e seguiu para o SBT, com a promessa de ter liberdade total para criar, falar e protestar. Foi assim no começo, mas os problemas voltaram a se repetir. Com a diferença que o público passou a endossar algumas opiniões da apresentadora apaixonada por Roberto Carlos. Mesmo com contrato exclusivo com a Globo, o Rei sentou-se no sofá da Hebe no SBT. Aliás, muitos globais passaram por lá, inclusive Xuxa, no auge do seu programa infantil. Hebe vestiu, sem medo, uma minissaia idêntica a da Rainha dos Baixinhos. “Gracinhas!”, como ela dizia.

A atuação de Andrea Beltrão revela o lado de Hebe que estava preocupada com a situação política e econômica do país, mas, principalmente, uma luta contra o preconceito.

A frase mais famosa da apresentadora está no filme: “A Hebe não é de direita, a Hebe não é de esquerda. A Hebe é direta”. Em outra parte, ela abandona uma das emissoras dizendo que não aguenta mais ser censurada. Não queria mais fazer programas gravados.

O colunista assistiu à pré-estreia a convite do Shopping Jardim das Américas e o Cineplus, em parceria com Espaço Z.