Em livro, Didi dá sua versão para separação dos Trapalhões

Livro apresenta depoimentos de Aragão sobre o período em que ele dividia a cena com Dedé, Mussum e Zacarias em Os Trapalhões. Foto: Divulgação/TV Globo

A leitura de Renato Aragão – do Ceará Para o Coração do Brasil, obra de Rodrigo Fonseca lançada no final do ano passado, é obrigatória para quem é fã do humorista criador do personagem Didi Mocó. São depoimentos do humorista ao escritor, nos quais ele fala sobre o  auge de Os Trapalhões, sucesso da Globo nos anos de 1970 e 1980, quando ele, Aragão, dividia as noites de domingo com os humoristas Dedé Santana, Mussum e Zacarias.

Sem entrar em detalhes, o humorista fala da rápida separação do quarteto em 1983. Didi ficou sozinho nos Trapalhões, enquanto os outros três foram deslocados para outras atrações globais da época, como Balança Mais Não Cai. Até filmes rodaram separados. O quarteto teria se separado por conta divergências financeiras, afinal, Aragão era o líder, fazia as negociações e as produções dos filmes do humorístico, que eram sempre sucesso de bilheteria nos cinemas brasileiros durante as férias da garotada nos anos 1980.

Outro problema era a convivência. Não entravam em acordo com as escolhas e decisões muitas vezes tomadas em particular por Didi. O fato é que a separação durou pouco e o sucesso foi mantido até 1990, antes da morte de Zacarias.

Advogado de formação, Renato Aragão fez sucesso no cinema, na televisão, mesmo antes de assinar contrato com a Globo em 1977. Com os Trapalhões, ele gravou discos, subiu no Cristo Redentor para beijar mão do cartão postal carioca.

Didi também apresentou durante anos o show do Criança Esperança. E o mais curioso: a campanha de solidariedade da Globo teve início quando Os Trapalhões celebravam seus 20 anos de união. A programação vespertina deu então lugar a um especial, de 9 horas de duração e 28 quadros, intitulado 20 Anos Trapalhões – Criança Esperança.