Cultura do respeito às mulheres

A violência contra a mulher não é novidade, assim como a cultura do estupro, que está enraizada na sociedade e se fortalece diariamente não só por estupradores, mas por quem dissemina conteúdo, como músicas, vídeos, imagens e comentários que denigrem a figura da mulher, por exemplo. Já a preocupação com esse comportamento e com as mulheres é recente e necessária para construção da “cultura do respeito às mulheres”.

Recentemente circulou na internet um aviso alertando para buscas ao termo “enteada” no Google que direcionam, primeiramente, para sites pornográficos, e quando a procura é por notícias, o conteúdo da primeira página é de reportagens policiais. Para quem não acredita na cultura do estupro é só fazer a mesma busca com o termo “enteado”.  O resultado é diferente, pois nenhum dos sites da primeira página de buscas leva para conteúdo pornográfico.

Ainda que os resultados do Google sejam correspondentes às buscas mais populares, eles revelam dados reais. De acordo com estudo sobre estupro do Sinan/Dasis/SVS/Ministério da Saúde de 2011, 88,5% das vítimas são do sexo feminino. Dados mais recentes, de pesquisa feita pelo DataFolha, encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 84 municípios brasileiros com mais de 100 mil pessoas, mostram que 67% da população têm medo de ser vítima de agressão sexual. O índice sobe para 90% entre o sexo feminino.

O assunto necessita vir à tona constantemente, de maneira que as mulheres sejam incentivadas, passem a ser o centro da sociedade como cidadãs participantes, marcando posicionamento para que sejam cada vez mais respeitadas, e não reduzidas à avaliação diária pelo comportamento, tipo físico, etc.

Meu recado hoje é para fortalecermos o tema, pois estamos falando de sobre saúde e segurança. E todos nós pagamos essa conta: quando a mulher agredida precisa de atendimento no sistema de saúde e quando o agressor, porventura, fica preso. Então, vamos prevenir, destacando a criminalização da violência contra a mulher, informando os direitos delas e encorajando as vítimas a denunciarem os agressores. Assim haverá a mobilização da polícia, do sistema judiciário e efetivamente a proteção das mulheres e de seus direitos. A “cultura do respeito às mulheres” depende de todos nós.