Investidores antenados

Em apenas duas semanas, a Cyrela Paraná comercializou 50% das unidades do Urban Office & Hotel Curitiba. O empreendimento, estruturado como um condo-hotel, apresenta unidades comerciais e hoteleiras e anuncia a parceria com a Rede InterCity hotéis inteligentes, empresa pioneira e inovadora no segmento de hotelaria executiva no Brasil, que possui 19 hotéis em 12 cidades no Brasil e em Montevidéu e está entre as cinco redes que mais crescem no país. A estimativa da empresa é que a taxa de ocupação mensal gire em torno de 65% e 75%. Enquanto a InterCity será a bandeira responsável pelas unidades hoteleiras, com o padrão Intercity Premium (midscale), caberá à empresa mundial Jones Lang LaSalle Hotels o gerenciamento de todo o ativo do empreendimento, ou seja, representando os proprietários investidores perante a operação hoteleira.

Projetos de extensão levam cinema a comunidades carentes

Levar o cinema a comunidades carentes e desenvolver habilidades e um olhar crítico sobre o cinema são o foco de dois projetos de extensão universitária patrocinados pelo programa Universidade Sem Fronteiras (USF), da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. “Queremos despertar a sensibilidade artística e cultural”, diz Alexandre Rafael Garcia, recém-formado em Cinema na Faculdade de Artes do Paraná (FAP) e envolvido no programa “Cinema Nosso”, coordenado pela professora Solange Straube Stecz.

Em parceria com a ONG Asmozi (Associação de Moradores das Moradias Zimbros, Vila Sandra, Cidade Industrial de Curitiba), alunos bolsistas e recém-formados da FAP realizaram, no segundo semestre deste ano, oficinas de sensibilização audiovisual com crianças de 8 a 13 anos, no contraturno de escolas da Vila Sandra, na CIC, em Curitiba.

Depois de conversar sobre o que assistiram e reencenar trechos dos filmes, as crianças fizeram seus primeiros vídeos, para retratar o ambiente e a realidade em que vivem. No próximo semestre, será desenvolvido em mais três comunidades (regionais do Boqueirão, CIC e Tatuquara).

Do outro lado do Estado, alunos e professores da Faculdade de Ciências e Letras de Campo Mourão (Fecilcam/Unespar) exibem filmes em vilas e distritos de 26 municípios da região, no meio da praça ou sob uma lona de circo, ao melhor estilo do filme Splendor, de Ettore Scola. O projeto trabalha pela aproximação da comunidade e supre a falta de salas de cinema e outras opções culturais especialmente para a população de baixa renda.

Esse cinema itinerante, que alcança 26 cidades da região de Campo Mourão, exibe filmes nacionais e documentários latino-americanos em pequenas comunidades e distritos que dificilmente teriam acesso ao cinema. As exibições ocorrem em praças públicas, vilarejos, na zona rural, em escolas ou em eventos científicos e educacionais. De agosto a novembro deste ano, cerca de 3 mil pessoas assistiram as exibições.

Programas como estes fazem parte da Universidade Sem Fronteiras, considerado o maior programa de extensão universitária do país, tanto em investimento financeiro como em capital humano. Ao fazer a abertura de um seminário de avaliação dos projetos realizados neste ano, o diretor do programa, Mario Antonello, ressaltou que a extensão coloca o saber das faculdades à disposição da comunidade, para promover o desenvolvimento local e a melhoria da qualidade de vida da população.

“Atividades de extensão são muito importantes para a comunidade”, avalia Antonello, que considera este “o momento de colocar a solidariedade em ação”. De acordo com o diretor, a SETI está trabalhando para incentivar a extensão dentro das universidades e para isso o bom desenvolvimento dos projetos e sua correta prestação de contas é essencial para todo o processo.

Na opinião do reitor da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Júlio Santiago Prates Filho, as universidades estaduais que compõem o Sistema de Ensino Superior do Paraná vêm conseguindo, nas várias áreas do conhecimento, marcar grandes evoluções. Ele ressaltou que a missão das universidades não é apenas formar profissionais e lideranças, mas também repassar o conhecimento produzido em seu interior por meio das atividades de extensão. Para ele, a excelência de uma instituição se traduz também pelo repasse dessa excelência à sociedade.

Neste ano, o Sem Fronteiras investiu cerca de R$ 5 milhões no desenvolvimento dos projetos. Para o próximo ano, a previsão é de R$ 12,8 milhões, com possibilidade de o valor ser aumentado conforme a evolução dos projetos. São equipes multidisciplinares compostas por educadores, profissionais recém-formados e estudantes das universidades e faculdades públicas do Paraná que trabalham hoje em centenas de projetos, presentes em mais de 200 municípios.

O critério fundamental que orienta a proposição e seleção dos projetos é o seu desenvolvimento nos municípios socialmente mais críticos, identificados a partir da mensuração do seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

Neste final de ano, vários seminários foram realizados para avaliar a execução dos projetos desenvolvidos. Um deles, na última semana, avaliou os projetos reunidos nos subprogramas Diálogos Culturais e Apoio às Licenciaturas. Realizado na Faculdade de Artes do Paraná (FAP), discutiu as situações decorrentes da execução dos projetos, os resultados alcançados até agora, levando em conta o cumprimento das metas e as dificuldades enfrentadas pelos grupos de trabalho.

O Sem Fronteiras se divide em vários subprogramas: Incubadora dos Direitos Sociais; Apoio à Saúde; Diálogos Culturais; Apoio às Licenciaturas; Apoio à Agricultura Familiar e Agroecologia. Entre os subprogramas, um dos mais importantes é também o mais antigo: o Núcleo de Estudos e Defesa de Direitos da Infância e da Juventude (NEDDIJ), com média de aproximadamente cinco mil atendimentos ao mês em oito Núcleos espalhados pelo Estado. O mais recente Programa Bom Negócio Paraná (PBNP), iniciado em setembro deste ano, que está encerrando as 33 primeiras turmas de empreendedores.

Para o coordenador do programa, a extensão deve alcançar níveis muito próximos do que a pesquisa conquistou. “A caminhada não é muito simples, mas vale a pena, porque a extensão é preciosa e pode ser mais ainda, permitindo que o ensino seja transformado em coisas práticas, facilitando o acesso ao conhecimento”, avalia.