Yes, nós temos petróleo!

Como se diz lá no Água Verde, “é nóis na fita!”. Na disputa com 5.565, Curitiba é considerada pela Agência Classificadora Austin Ratings a Melhor Cidade do Brasil. E também não é por acaso que a Região Metropolitana de Curitiba tem o terceiro melhor Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM). Só estamos perdendo para São Paulo e Distrito Federal – o que é compreensível, graças ao duto de captação de impostos entre a Avenida Paulista e a Esplanada dos Ministérios.

Dentro de Curitiba, o melhor IDH é do bairro Água Verde – paraíso da classe média curitibana onde o lazer preferido dos “hidroesmeraldinos” é lavar o carro na calçada e depois comer um au-au com duas vinas. E para completar, podemos dizer que a partir da Operação Lava Jato Curitiba nunca mais será lembrada como uma cidade dormitório entre São Paulo e Porto Alegre.

Nunca antes neste país se poderia imaginar que a Petrobrás fosse alavancar tantos benefícios econômicos para a capital dos paranaenses. A impressão que se tem é que as ações da Polícia Federal conseguiram detectar na camada pré-lama do rio Belém uma fortuna incalculável para os cofres municipais. Dos restaurantes de luxo aos hotéis cinco estrelas – com uma passadinha na zona boêmia da Rua Cruz Machado -, o setor deve triplicar o faturamento com a concentração do PIB brasileiro em Curitiba.

Com os jatinhos das empreiteiras bailando na pista do aeroporto Afonso Pena, as empresas aéreas com escala em São José dos Pinhais poderiam passar a oferecer um conforto exclusivo aos filiados da OAB, com consultoria jurídica a bordo. Além dos táxis, que antes eram raros e agora disputam no palitinho as corridas para Santa Cândida, os prestadores de serviço da Petrobrás também poderão solicitar veículos blindados com placas frias, motoristas poliglotas e belas acompanhantes a bordo.

Muito antes de os italianos descobrirem as riquezas “hidroesmeraldinas” do Água Verde, os primeiros desbravadores chegaram ao planalto curitibano em busca do ouro. Como nada encontraram no banhado do Passeio Público, além da cara de brabo do cacique Tindiquera, abriram suas lojinhas na Praça Tiradentes e foram levando aquela vidinha mais ou menos à sombra da Catedral Metropolitana.

Trezentos e vinte e dois anos depois de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais nos abençoar – quem diria? -, os empreiteiros descobriram petróleo nas barbas do juiz Sérgio Moro.

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