Depois das revelações de Roberto Jefferson, a imprensa portuguesa destacou as acusações envolvendo o governo brasileiro e a Portugal Telecom, e é só o que se conta em Portugal: piadas de brasileiros.
Na Cervejaria Trindade, no Bairro Alto de Lisboa, com suas belas paredes cobertas por ladrilhos, desde 1836, quando a casa foi inaugurada, os gajos não riam tanto dos brasileiros. Enquanto servia uma porção de amêijoas à Bulhão Pato, quem mais se divertia era um garçom, contando a última de Marcos Valério. Quando o publicitário veio a Lisboa prospectar alguns ?recursos não contabilizados?, junto com Emerson Palmieri, Valério entrou num restaurante do Chiado e se dirigiu à fila. Logo veio uma moça anotar o pedido:
– Bacalhau! Pediu o mineiro.
E a moça perguntou:
– O senhor é brasileiro, não é?
– A senhorita está dizendo isso por causa do meu sotaque mineiro?
– Não senhor! É que aqui é um McDonald?s!
O que os portugueses não entendem é como um partido como o PT, com tanto poder na mão, e acima de qualquer suspeita, conseguiu a proeza de fazer tanta lambança. Coisa de brasileiros, dizem os portugueses, e o professor Luizinho é a prova de quanto os professores ganham mal no Brasil: só levou vinte.
O AeroLula – dizem os portugueses – é uma AeroArca, para se salvar do delúbio – virou galhofa: ia o Lula, num vôo do Brasil para a França, quando resolveu ir até a cabine e perguntar ao piloto:
– Onde estamos agora?
– Sobre a Amazônia, a 10.000 metros de altura! -respondeu o piloto.
– Poxa, eu sabia que o Brasil era grande, mas não sabia que era tão alto!
Uma coisa puxa a outra e sabe por que deixaram de passar filmes no novo avião do Lula? Porque quando o filme terminava, a comitiva do governo saía pela porta detrás.
O embaixador em Portugal, Antônio Paes de Andrade, é agora visto como mais uma fraude petista: o legítimo representante seria Marcos Valério. Além de Paes de Andrade, outro motivo de galhofa é o diretório nacional do PT e o seu ex-presidente, Zé Genoino. No Brasil tudo é falso – dizem os portugueses – até o que é genuíno.
Zé Genoino, coitado, não merece. Aliás, ninguém merece. Mas, infelizmente, eles fizeram por merecer piadas como esta que rola na Cervejaria Trindade:
A cúpula petista era muito organizada. Certo dia Zé Genoino foi até a sala do secretário Silvinho Pereira e sugeriu:
– Silvinho, nossos arquivos do caixa 2 estão abarrotados e isso pode complicar a nossa vida. Será que nós não poderíamos queimar as pastas e documentos com mais de cinco anos?
– Ótima idéia, Genoino! Mas antes tire uma cópia de tudo.
Silvinho Pereira era o mais deslumbrado dos dirigentes. ?No molde dos provincianos chegados a Brasília, nunca haviam se deparado antes com tal quantidade de tão bom melado? – nas palavras da jornalista Dora Kramer. Disponível para locação, Silvinho aceitou de mimo um Land Rover novinho em folha de uma empreiteira. Por estas e outras, virou piada em Portugal. Silvinho Pereira ficou tão rico e era tão íntimo do Delúbio, que um dia ele se gabou com o velho companheiro:
– Ô, Delúbio, se você adivinhar o número exato de carros que eu tenho eu te dou um e fico com o outro!
Onde a cúpula petista estava com a cabeça – perguntam os portugueses -, ao fazer tanta lambança? O que eles tinham na cabeça, além de barba e bigode? Joaquim pergunta, Manoel responde:
– Como se mede o quociente de inteligência de um dirigente petista?
– Com o calibrador de pneus.
E o Lula, o que fazia no governo para ignorar o que acontecia embaixo de suas barbas? Este gajo comia moscas e outros insetos? – também se perguntam os portugueses, fazendo troça:
– Zé Dirceu, jabuticaba tem asas?
– Não, meu presidente.
– Então engoli um besouro!
Uma outra questão atiça a curiosidade na centenária Cervejaria Trindade: Delúbio Soares e Silvinho Pereira eram sócios? O garçom é quem tira as dúvidas:
– Pois, pois… neste caso um gajo não pode ser sócio do outro! Porque quando um for roubar do outro eles vão depositar na conta conjunta.