Francamente

Franco Iacomini é jornalista. Jornalista econômico e pastor da Igreja Batista em Curitiba. Em sua coluna na página de Economia da Gazeta do Povo, ele se confessa indignado com o que vem acontecendo no Brasil: “Meu nome é Franco, e eu fui chamado para falar da verdade. E a verdade – se você não concordar com mais nada do que escrevo ou falo, gostaria que guardasse isso – vos libertará”.

“Terrorismo à brasileira” é título do desabafo desse jornalista e pastor da verdade. A seguir, alguns trechos.

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Em alguns países lançam-se bombas. Em outros, atira-se a esmo nas ruas. No Brasil, mente-se. Em larga escala.
Nos últimos dias recebi algumas mensagens terroristas. Uma delas, espalhada por aplicativo de mensagens instantâneas, dizia que “um amigo que é oficial do Exército” alertou para que as pessoas estoquem água mineral em casa, encham as despensas de comida e armazenem combustível, porque foram localizados grupos guerrilheiros na Amazônia e a guerra civil vai começar a qualquer momento. A outra dizia que alguém que tinha um amigo diretor de banco nos Estados Unidos avisou que o governo brasileiro estaria preparando para esta semana um novo confisco da caderneta de poupança, como aquele do Fernando Collor.

Leitor querido, me desculpe, mas não há espaço para sutilezas aqui. É MENTIRA – assim mesmo, em maiúsculas, negrito e sublinhado. Não dedique mais que trinta segundos para avaliar o assunto.

Tempos de crise despertam o pior das pessoas. Não sei o que passa pela cabeça de alguém que espalha um boato falso capaz de provocar prejuízos ao sistema financeiro e de colocar a segurança das pessoas em risco (…).

Eu não sei a quem interessa esse terrorismo de informações. Posso imaginar: no campo político, por exemplo, há vários possíveis beneficiários das teses do “quanto pior, melhor”. Você os encontra tanto na situação como na oposição, à direita e à esquerda – o mau caráter não é exclusividade ideológica de ninguém, está fraternalmente distribuído pela humanidade toda. O que eu sei é que não posso participar desse terrorismo. Sugiro que você faça o mesmo: busque fontes confiáveis de informação e ponha à luz as mentiras que você descobrir. Não compactue com o terror. (…)