BlackoutFest (2)

A história da ilha de bruxas e fantasias ganhou um outro misterioso capítulo. O capítulo do apagão que deixou Florianópolis no breu, por obra e graça de um liquinho. A chama do maçarico apagou, a válvula do liquinho não foi fechada, o gás continuou liberado na galeria sob a ponte, causando a explosão que deixou Floripa cinco dias no escurinho, ouvindo o doce barulho do mar, ou o uivar do vento sul. Para a manezada em geral, a explicação das autoridades competentes, de que foi uma fatalidade, não convenceu nem a velhinha rendeira da Lagoa da Conceição.

Enquanto isso, o imaginário também explodiu nos tantos cantos da ilha. Dos mistérios e assombrações do grande apagão, nada se compara à revelação de que Nostradamus já tinha previsto o desastre ílhéu. Essa predição estaria num livro chamado Visão das Trevas, Grandes Catástrofes da Humanidade, página 102, capítulo Nostradamus, supostamente publicado pela Editora Record em 1967 e que o jornalista Cacau Menezes publicou ontem em sua coluna no Diário Catarinense, a mais lida do Estado. A constatação causou alvoroço de Deonísio Cerqueira a Joinville, terra do governador Luiz Henrique da Silveira. O homem que, no apagar das luzes, “entrou mudo e saiu calado”, segundo a oposição.

JÁ DIZIA NOSTRADAMUS

“No terceiro ano do terceiro milênio, no fim do mesmo mês que está na camisa do rei negro, na ilha habitada por bruxas, cinco bestas causarão um estrondo no cordão umbilical. A escuridão se implantará por muitas horas; aqueles que servem o povo poderão descansar mais ainda; a disputa entre os guerreiros da água estará prejudicada e o fogo destruirá as armas de um deles. O líquido da vida não poderá chegar à população, as pessoas usarão mais perfume do que nunca; a tranqüilidade, a harmonia e a felicidade reinarão apenas para quem não está rodeado pelo mar.”

O jornalista Cacau Menezes, reconhecido especialista em bruxas, lindas bruxinhas e fenômenos diversos da ilha da magia, decifrou assim a predição de Nostradamus:

“A interpretação que se dá, no momento, em Florianópolis, para as visões de Nostradamus e que causaram impacto, é a seguinte: no terceiro ano do terceiro milênio – 2003. No fim do mesmo mês que está na camisa do rei negro – rei negro é Pelé, número 10 é outubro. A ilha habitada por bruxas é Floripa e as cinco bestas que causarão um estrondo no cordão umbilical poderiam ser os funcionários da Celesc que causaram a explosão na ponte. A escuridão se implantará por muitas horas. Floripa ficou quase 55 horas sem energia elétrica. Aqueles que servem o povo poderão descansar mais. Os funcionários públicos ficaram em casa no apagão. A disputa entre os guerreiros da água estará prejudicada. Competidores do WCT Brasil não surfaram na Joaquina por causa das ondas. O fogo destruirá as armas de um deles. O surfista australiano Mick Fanning teve as suas pranchas queimadas após um incêndio no quarto do hotel que ocupava na Praia Mole. O líquido da vida não poderá chegar à população. Em decorrência da falta de energia, a água também faltou na ilha. As pessoas usarão mais perfume do que nunca. Muita gente realmente ficou até três dias sem tomar banho. A tranqüilidade, a harmonia e a felicidade reinarão apenas para quem não está rodeado pelo mar. No Continente, a situação foi completamente normal”.

Nós paranaenses não acreditamos em bruxas – e a rapaziada da Copel até foi prestar socorro -, mas que elas existem, existem. Também não nos impressionam as predições de Nostradamus, pois a bola de cristal do nosso governador Requião já nos basta. Mas, pensando bem, de vez em quando não custa consultar algum alfarrábio de mistério.

Até domingo e, nada a ver, só uma frase de Rachel de Queiroz, pra fechar a semana:

– Clitóris ou clítoris? Lá no Norte mulher não tem essas coisas não. E se tiver, entra na vara!

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