O cinema é uma arte generosa. Ele nos emociona, nos provoca e, às vezes, nos humilha. Todos os anos surgem filmes ruins, mas alguns parecem feitos com um empenho especial em errar tudo ao mesmo tempo.

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E chegou o momento de celebrarmos toda essa ruindade! Esta lista reúne produções que falharam com método, desperdiçaram talento com convicção e transformaram boas ideias em advertências. Confira abaixo as produções que quase fizeram meus olhos sangrarem no ano que passou, organizados em categorias bem especiais.

A lista está em ordem aleatória de ruindade, com exceção do último, que ganhou disparado como o pior filme do ano. Se bobear, da década.

Não custa relembrar: essa é uma lista subjetiva e pessoal, ou seja, se algum filme que você gostou está aqui, não temos muito o que fazer.


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CATEGORIA ESTOU AQUI PELO ALMOÇO

Código Alarum

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Um thriller de espionagem que parece ter sido montado a partir de cenas que sobraram de outros filmes igualmente ruins. Scott Eastwood confirma que genética não garante presença, Sylvester Stallone entra e sai do filme meio sem saber o que foi fazer ali e os efeitos visuais lembram aqueles aplicativos de 2015. Isis Valverde é limada bem cedo e faz muito bem. Quem fica até o fim não tem a mesma sorte.


CATEGORIA DOMINIO PÚBLICO É A MÃE!

A Vingança de Popeye

A prova concreta de que o domínio público precisa urgentemente de supervisão. A origem sombria do marinheiro é tão absurda que parece escrita como piada interna. Violência sem impacto, atuações sofríveis e uma produção que claramente torce para acabar logo. Um filme que espanca a própria ideia. E vale lembrar que este ano, tivemos dois filmes do Popeye, cinco (!) filmes do Mickey e até um filme do Bambi!


CATEGORIA SAUDADE DOS MEUS BONS TEMPOS

Ameaça no Ar

Mel Gibson dirige um suspense aéreo que não gera tensão nem por engano. Mark Wahlberg faz um vilão que careca tenta intimidar, mas transmite apenas desconforto estético. O roteiro funciona no piloto automático, sem turbulência, sem emoção e sem destino. Um voo seguro rumo ao tédio absoluto.


CATEGORIA AH, MAS O ELENCO É ÓTIMO

Um Terror de Parentes

Inspirado em uma mescla de Succession com A Morte do Demônio, mas sem humor, terror ou talento. O elenco de peso serve apenas como prova de que nem grandes atores escapam de decisões ruins. Não assusta, não diverte e não encontra um tom. Um desperdício tão completo que dá até pena. De quem perdeu tempo vendo o filme, evidentemente.


CATEGORIA DESTRUINDO OS CLÁSSICOS

Branca de Neve

Um live-action que parece ter vergonha do próprio conto de fadas. Rachel Zegler é o menor problema aqui: o roteiro não funciona, as músicas são horríveis e a direção ignora qualquer senso de encantamento. Os anões em CGI são puro vale da estranheza, e Gal Gadot entrega uma Rainha Má que ameaça apenas a paciência do público.


CATEGORIA COPIA, MAS NÃO FAZ IGUAL

A Fonte da Juventude

Guy Ritchie entregue ao cinema genérico, sem estilo, sem ritmo e sem vontade. O filme copia Indiana Jones sem sequer pedir desculpa e trata descobertas arqueológicas como pequenas inconveniências. Ninguém parece empolgado, nem os personagens, nem o diretor. Uma aventura cansada antes mesmo de começar.


CATEGORIA ERA PRA DAR MEDO?

Rua do Medo: Rainha do Baile

Os filmes que iniciaram a série foram bem bacanas. Aqui, entretanto, nada funciona. Os anos 1980 estão aqui apenas no figurino e na trilha sonora. Fora isso, tudo é genérico, previsível e sem personalidade. Algumas mortes até que são razoáveis, mas a revelação final passa batida e o filme desaparece da memória antes mesmo do after party. Nostalgia de fachada.


CATEGORIA ATÉ TU, AL PACINO?

O Ritual

Mais um exorcismo seguindo rigorosamente o manual do gênero. Padres bonitos, freiras nervosas, câmera trêmula e sustos reciclados até a exaustão. Nem Dan Stevens nem Al Pacino conseguem salvar a missa. Um filme feito por obrigação contratual e fé zero.


CATEGORIA ALGORITMO DA NETFLIX

Brick

Um suspense que confunde mistério com gente quebrando paredes e conversando demais. A metáfora do “muro entre nós” é tão sutil quanto um tijolo na testa. Noventa minutos de enrolação travestida de conceito. Um escape room sem prêmio e sem saída.


CATEGORIA ERA MELHOR TER DEIXADO QUIETO

Eu Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado

Um reboot que prova que nostalgia não ressuscita nada. A história é a mesma, mas sem charme, sem suspense e sem personagens minimamente interessantes. O fan service aparece perdido, e ninguém ali parece realmente correr perigo. Um slasher sem lâmina com uma das conclusões mais vergonhosas do ano.


CATEGORIA MAS A FOTOGRAFIA É ÓTIMA

GOAT

Um filme que quer dizer tudo e acaba dizendo nada. A crítica à masculinidade tóxica se perde em simbolismos óbvios e montagem confusa. Marlon Wayans entrega o melhor desempenho do filme, o que só escancara o desperdício geral. Pretensão elevada à categoria estética.


CATEGORIA SAUDADES, AGATHA CHRISTIE

A Mulher da Cabine 10

Começa promissor e desanda com uma rapidez impressionante. O mistério se resolve antes que o interesse se forme, o clímax é constrangedor e o elenco talentoso é usado como figurante de luxo. Um suspense elegante apenas na superfície. Hitchcock desligaria a TV.


CATEGORIA A BABÁ MALVADA

A Mão que Balança o Berço

Uma refilmagem que transforma decisões estúpidas em motor narrativo. Personagens agem como se nunca tivessem tido contato com o gênero suspense. Maika Monroe e Mary Elizabeth Winstead, tadinhas, até tentam salvar algo, mas o roteiro não permite. Cutucar o passado raramente dá certo – aqui deu muito errado.


CATEGORIA LOVE IS IN THE AIR

Se Não Fosse Você

Um drama que tenta ser profundo, mas soa apenas artificial e desconexo. Personagens que não se comportam como seres humanos, conflitos que se resolvem em dois minutos e revelações que não causam impacto algum. Um filme que começa ruim e quando chega no fim você tem impressão de que ele está no começo.


PRÊMIO ESPECIAL O FUNDO DO POÇO É APENAS O COMEÇO

Guerra dos Mundos

Temos aqui não apenas o pior filme do ano. Tem tudo para ser o pior da década. Se bobear, do século. Uma adaptação tão errada que faria H.G. Wells pedir para tirar o nome dos créditos. Ice Cube passa o filme inteiro reagindo a telas sem relação com nada, enquanto o roteiro mistura alienígenas, hackers e uma propaganda descaradamente vergonhosa da Amazon. O drone entregando o pendrive e o homeless ganhando um gift card da Amazon marcam o momento em que a sétima arte quase faleceu. Como diria o Scorsese, ABSOLUTE NO CINEMA!

E aí, o que achou da lista? Tem algum que não merecia estar aqui? Comente aqui com a gente e vamos comparar as nossas avaliações!