Cansado de ver líderes debatendo e o planeta esperando? A frustração com os resultados da conferência em Belém nos mostra que o maior desafio é a falta de ação, não de regras. Se quisermos realmente mudar o jogo, precisamos parar de esperar por comunicados diplomáticos.
A hora é de focar em algo que a COP não pode fazer por nós: criar uma mentalidade coletiva mais preparada. Precisamos internalizar a urgência, discutir abertamente as questões ambientais em família e amigos, e transformar o debate em hábito! Sua casa é o novo centro de decisão climática.
É lá que o “mutirão” da sustentabilidade começa e se espalha. #PartiuCOPdaCasa!
Acompanhei pelas redes sociais alguns amigos que estiveram por lá: Roberta Moraes (representando a @globalyouthclimatealliance (GYCA), organização que fundou e preside, dedicada à formação de jovens lideranças climáticas no Sul Global), Silvia Elmor (representando o GAS, Grupo de Articulação pró-Simpacto a convite da Casa Civil) e Diego Saldanha, levando a Ecobarreira para o mundo).
Ecobarreira: a prática que inspira na Semana Lixo Zero
Acompanhei também alguns nomes que sigo, como o jornalista André Trigueiro, o climatologista Carlos Nobre, Verdes Marias, Laila Zaid, dentre outros.
Ao final da COP, os 195 países adotaram o “Pacote de Belém”, que é um conjunto de 29 ações que reforçam o Acordo de Paris e orientam o trabalho para os próximos capítulos, a nível mundial, dentre outras ações como o financiamento climático (Baku to Belém roadmap) e o reforço da continuidade ao Fundo Florestas Tropicais para Sempre (Saiba mais em: Entenda o Fundo Florestas Tropicais para Sempre, proposta encabeçada pelo Brasil — Agência Gov), além da aprovação o Belém Gender Action Plan (2026-2034).
A maior decepção desse evento foi a falta de discussão, nem menção ao tema combustíveis fósseis – saímos do mesmo jeito que entramos.
+ Leia mais: A natureza como resposta: jardins de chuva – você sabe o que é?
Aí vem a perguntinha? E o que cada um de nós, como cidadãos, podemos fazer? Vamos lá…vamos imaginar que a partir de agora cada um de nós vai sediar nossa própria conferência, a COP da nossa casa ou do nosso trabalho, bem no estilo DIY (do inglês “do it yourself” que significa: faça você mesmo)! É uma forma que encontrei de continuar fazendo a minha parte nos “biomas” que estão ao meu alcance: o bairro, a rua, a cozinha, o banheiro e o interruptor de luz.

- Orçamento de Carbono (o que realmente conta na conta de luz)
A pauta global: A COP 30 frustrou muitos ao não apresentar um mapa do caminho claro para sair rapidamente dos combustíveis fósseis (a grande pendência).
A pauta da casa: em nossas casas o foco é cortar o drama de abrir a conta de luz e deixar os fósseis para trás.
O Debate interno: “Preciso mesmo deixar a TV ligada para fazer companhia às minhas “catiorras”?”
A meta de adoção: Substituir lâmpadas antigas por LEDs. Pensar (pelo menos pensar) no painel solar ou ver como funciona o mercado livre de energia.
Compromisso de transição – menos emissão e mais dinheiro no bolso! - Soberania alimentar e o Lixo Zero (a cozinha é a nova lavoura)
A pauta global: A COP 30 abriu pela primeira vez discussões sobre como o Comércio Internacional pode influenciar o clima e o consumo.
A pauta da casa: Redução do desperdício de alimentos (que, globalmente, contribui enormemente para as emissões). Evitar o consumo exagerado e o lixo desnecessário é a sua contribuição direta.
O debate interno: “Esse restinho de arroz dá para fazer um bolinho delicioso ou é desculpa para pedir delivery de novo?” fora que eles nos entopem de descartáveis exageradamante…
A meta de adoção: Implementar a “Dieta da Geladeira Vazia” e fazer compostagem. Preciclar (diminuir os resíduos já n o ato da compra – comprar a granel, usar ecobag, escolher melhor as embalagens). Pensar na possibilidade de ter uma horta. Ou quem sabe cultivando uma cabeça de alface em um vasinho? Pode ser o primeiro passo… - Gestão hídrica e financiamento (banho que não acaba mais)
A pauta global: A COP 30 se comprometeu a triplicar o financiamento para adaptação até 2035, reconhecendo que a urgência de nos prepararmos para os impactos climáticos.
A pauta da casa: A melhor adaptação é a economia imediata. O uso sustentável da água e energia é seu investimento direto na resiliência da casa.
O debate interno: “Será que esse meu show particular no chuveiro é realmente necessário para o planeta ou para a minha autoestima?”
A meta de adoção: O famoso “Banho de 5 Minutos”. Você está aplicando seu próprio financiamento climático ao evitar o desperdício, garantindo recursos para o futuro. Usar um copo para quantificar a água necessária para a escovação dental. Reutilizar água da chuva e da máquina de lavar, por exemplo, para lavar as calçadas. - O acordo de mobilidade (bicicleta vs. a preguiça crônica)
A pauta global: A busca por um “Mapa do Caminho” (roteiro) para reverter o desmatamento e desorganizar a dependência fóssil é uma pendência constante.
A pauta da casa: Reduzir a dependência do carro é o seu roadmap de descarbonização mais eficaz.
O debate interno: “O mercado é a 500 metros. Preciso realmente ir de carro ou posso encarar o desafio da caminhada/bicicleta e ainda por cima economizar no combustível?”
A meta de adoção: Compromisso semanal de realizar pelo menos um trajeto curto a pé ou de bicicleta. Ir à academia sempre à pé. É o seu Compromisso Nacionalmente Determinado (NDC) Residencial. Hehe!!!
Se Belém nos ensinou algo, é que a força não está apenas nos grandes acordos, mas na implementação coletiva. Se a sua casa é o novo centro de decisão climática, queremos saber: Qual outra ação da sua “Conferência Pessoal da Sustentabilidade Residencial” você já colocou em prática? Comente aqui sua meta de adoção!
