A recente aprovação do projeto de lei que implementa soluções de drenagem sustentável em Curitiba, como os jardins de chuva, representa um marco fundamental na forma como a cidade encara seus desafios urbanos. A iniciativa, liderada pela vereadora Laís Leão, é uma medida ambiental que reconhece que a resposta mais inteligente e eficaz para os problemas que nós criamos, muitas vezes, encontra-se na própria natureza.
Mas, afinal, o que é um jardim de chuva? Trata-se de uma área rebaixada e paisagística, projetada para receber, reter e filtrar a água da chuva que escorre de telhados, ruas e outras superfícies impermeáveis. Composto por camadas de solo e plantas nativas, ele atua como uma esponja natural, permitindo que a água infiltre lentamente no solo, recarregando os aquíferos e reduzindo drasticamente o volume que sobrecarrega as galerias pluviais.
Esta técnica é um exemplo brilhante do que chamamos de “soluções baseadas na natureza”. Em vez de apostar unicamente em estruturas de concreto, como canais e tubulações, que apenas transferem o problema de um lugar para outro, passamos a utilizar os processos dos próprios ecossistemas a nosso favor. São soluções que, além de cumprirem sua função primária — neste caso, o combate a enchentes e alagamentos —, geram uma série de benefícios secundários: aumentam a biodiversidade, melhoram o microclima, filtram poluentes e embelezam o espaço urbano.
A frase da vereadora Laís Leão é precisa e poderosa: “Algumas pessoas podem ainda não saber o que é um jardim de chuva, mas com certeza sabem o que é perder tudo para uma enchente!”. Ela conecta a inovação técnica ao drama humano, lembrando que a pauta ambiental não é um luxo, mas uma necessidade urgente para garantir a segurança e a qualidade de vida da população.
Curitiba, que já possui um histórico de vanguarda em planejamento urbano, dá mais um passo importante para se tornar uma cidade mais resiliente e adaptada às mudanças climáticas. A aprovação desta lei é a prova de que podemos construir um futuro onde o desenvolvimento urbano e a natureza não apenas coexistem, mas colaboram. Que em janeiro de 2026, prazo para que essa solução seja colocada em prática, os jardins de chuva floresçam e inspirem uma nova era de políticas públicas, mais verdes, inteligentes e, acima de tudo, humanas.
