De churrascarias famosas para o bar de esquina mais família de Curitiba

Gilmar Fontana é um dos responsáveis pelo Boteco da Eskina. Foto:Gustavo Marques/Tribuna do Paraná

“Vai lá no boteco da esquina”, frase popular em todo o Brasil, falada com carinho ou na bronca quando o assunto virou confusão. Em Curitiba, há 14 anos, existe um lugar onde a briga não tem vez, um espaço onde fazer amizades e buscar comida boa – com boas histórias – é a grande pedida da noite. O vermelhinho Boteco da Eskina, no bairro Bom Retiro, em Curitiba, tem nos donos um currículo extenso de Churrascaria Paiol, Devon´s e Sal Grosso do Largo da Ordem.

O Boteco da Eskina está localizado na Rua Dr. Roberto Barrozo, em um entroncamento da Emílio de Menezes, Hugo Simas e Joaquim Sarmento, próximo ao Cemitério Municipal. A história desse estabelecimento começou na verdejante cidade de Coronel Freiras, em Santa Catarina. De lá, Gilmar José Fontana e o Gildomar, mais conhecido como Gildo, saíram para proporcionar bons momentos aos outros.

De família de agricultores, a dupla ao lado das irmãs Salete, Sirlei,Elisete e Lorete ajudavam os pais no sítio. Gilmar, mais velho que o Gildo, foi o primeiro a deixar o estado vizinho em busca de oportunidades e novas experiências. Um amigo que trabalhava na Churrascaria Paiol, que fechou após 39 anos na pandemia da Covis-19, fez o convite para vir para Curitiba. “Eu tinha trabalhado em churrascaria e gosto do ambiente. Lá trabalhava mais como barman, quando fui para a Devon´s, no Centro Cívico. Passei pela copa, garçom e depois no piano bar. Foram seis anos e cheguei a ir para Alemanha em um evento exclusivo”, lembrou Gilmar.

Depois de trabalhar na Devon´s, Gilmar foi para o tradicional Sal Grosso, no Largo da Ordem. O ano era 1996, quando aí entrou no time, o Gildo. O mais novo seria gerente pela manhã e o mais velho no período noturno. A união dá tão certo que os irmãos Fontana ficam no icônico bar da noite curitibana por 20 anos.

“A nossa relação é tranquila, é boa demais. Fazemos divisões no trabalho, as duas famílias estão unidas e trabalhando”, comentou Gildo.

Chegada ao Boteco da Eskina

O cruzamento das ruas com a Roberto Barrozo tinha antes um comércio de carnes assadas em que o finado Celso e Rose (ele já falecido) tomava conta. Um espaço pequeno com três meses, mas que tinha sua carinhosa clientela. Certo dia, Gilmar passou pelo local e notou que a oportunidade estava aos olhos dele. “Passava sempre na frente aqui no prédio e imaginava em reformar e transformar em boteco. Pedi ajuda ao irmão e ele topou, trouxemos as famílias para trabalhar dia e noite. Não temos preguiça, viemos do mato”, avisou Gilmar.

A primeira estratégia do time Fontana foi pegar os contatos dos clientes com os antigos donos. Na época, não existia WhatsApp, era ligação no telefone fixo. Na primeira semana de Boteco da Eskina, a fila avançou pela rua. “Pegamos a agenda da ex-dona, ligamos convidando para vi no domingo. Era fila passando na outra rua, todos foram para a churrasqueira. Mudamos o sistema para o a la carte e com a experiência no atendimento pelo Sal Grosso, Devon´s e Paiol.  Deu tão certo, que estamos aqui há 14 anos”, valorizou Gilmar.

Já dentro do bar, a decoração é de ambiente raiz. Televisores e aparelhos telefônicos antigos, canecas de vidro de festas dos clubes recreativos curitibanos e catarinenses, capas de discos de artistas das antigas como Agepê, Gilberto e Gilmar, garrafas e latinhas empoeiradas, quadros com fotos dos clientes e até um mural de colagens de revistas com famosos. Além disso, um cartaz chama a atenção perguntando do paradeiro do Raimundo.

“Foi quando ele completou 65 anos. Ele vinha todo dia, a pandemia que afastou. Um dos primeiros clientes, uma atração do boteco. Pessoa inteligente, divertida e todos o admiram”, afirmou Gilmar.

Carnes nobres e boteco terapia

Com cerveja gelada, balcão com espetinho de ovo de codorna, rollmops, queijo provolone na conserva, o Boteco da Eskina é pura terapia. Aliás, muitos funcionários do Hospital Pilar aparecem por lá para dar aquela respirada. “Acabam o plantão e chegam aqui para relaxar um pouco. Tem até aqueles que estão no velório no Vaticano ou no Municipal que chegam para comer alguma coisa. O boteco é uma terapia, entra triste, troca ideia e muda o astral. Vai embora de boa, e isso acontece com o dono também”, completou Gilmar que tem a companhia do Guilherme, Sergio, Michele, Eliane, Givanilda, Leonardo, Pedro e da Ana.

Para os fins de semana e feriados, a dica é chegar antes do meio-dia no Boteco da Eskina. Os pratos mais pedidos são a costela que acompanha tomate, alface, cebola, maionese, farofa e arroz. Tudo servido em bandejas de prata e com sorrisos de uma família que ama o que faz. “Aqui é a minha casa, é meu trabalho, é tudo. Tenho a oportunidade de estar perto de quem eu gosto, e faço amizades”, emendou Gildo, o homem que pilota uma das churrasqueiras do verdadeiro Boteco da Eskina de Curitiba.

Boteco da Eskina

Endereço: R. Dr. Roberto Barrozo, 200 – Bom Retiro.

Horário de funcionamento: 10h às 23 horas de terça a domingo. (no almoço serve pratos executivos)

Instagram:botecoda.skina

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