Bares da região norte de Curitiba: histórias, copos e encontros

Leandro do Makiolka, um dos bares tradicionais da região norte de Curitiba. Foto: Gustavo Marques/Tribuna do Paraná

Curitiba é uma cidade de bares e botecos, e cada canto da capital tem seu próprio jeito de brindar a vida. Se no Centro as mesas se espalham pela calçada na Prudente de Moraes, na região norte da cidade, o clima é outro, uma pegada mais do interior, onde o dono conhece pelo nome boa parte dos clientes e sabe o gole preferido de cada um.

Nos últimos anos, a região norte virou um reduto botequeiro de primeira linha. Bairros como Abranches, Ahu, Atuba, Bacacheri, Barreirinha, Boa Vista, Bom Retiro, Cabral, Cachoeira, Juvevê, Pilarzinho, São Lourenço, Santa Cândida, Taboão e Tingui, seguem com a tradição de manter os antigos comércios e apoio na chegada dos novatos.

O roteiro etílico revela opções que vão do clássico boteco raiz até espaços modernos que não abrem mão da cerveja gelada no copo americano. É uma cena que mistura tradição com novidade, perfeita para quem gosta de explorar sem pressa.

Um dos bons exemplos é o Gente Fina Social Clube, no bairro Bacacheri. Localizado na Rua México, foi inaugurado no fim de março com uma proposta casual. A ideia é ter um misto de boteco, restaurante e petiscaria, sem frescura. “Estamos cercados de seis ou sete bairros com uma grande densidade demográfica. O próprio Bacacheri é uma epicentro de uma cidade, e quem vier para cá, fazer direitinho, é longevo. É um lugar altamente prospero com um publico de extrema qualidade”, disse Ewerton Antunes, um dos sócios da casa ao lado do Munir Omeiri.

Um dos “veteranos” da região é o carismático Jacobina. Com 20 anos no Juvevê, o bar com a cara de Curitiba, segue imponente. Para Beatrice Takashina, proprietária do Jaco, a informalidade é uma característica que agrada a clientela e os próprios moradores acostumados aos botecos na proximidade.

“Ah, o nosso lado da cidade está muito legal. Percebo também mais informalidade nos botecos deste lado, tanto por parte da proposta dos lugares como dos frequentadores.

Você não precisa se arrumar todo para sair, pode emendar do trabalho, pegar as crianças na escola e jantar no boteco mesmo. Gosto muito deste movimento”, reforçou Bea.

Outra destaque é o Paparico, segundo colocado no premiado concurso Comida Di Buteco. Situado na tranquila Rua Leão Sallum, no Boa Vista, o bar é encantador em todas as formas, especialmente no atendimento e na ótima alimentação. O nome é perfeito para definir um local aberto em outubro de 2021, e que entrou no seleto time de bar para ir em Curitiba. “Acho que a região norte consegue resgatar a tradição dos bares antigos e mercearias, cada um com seu toque de modernidade, sempre com qualidade, fazendo essa ponte entre o passado e o presente”, comentou Simone Werneck, um das responsáveis por “paparicar”.


Boteco de bairro, alma da região

Os bares mais antigos da região norte guardam histórias de várias gerações. São lugares que resistem ao tempo e onde a decoração é quase sempre simples: mesas de madeira, balcão e um cardápio direto ao ponto com pastel, bolinho de carne e rollmops. A cerveja, claro, chega sempre estalando!

Esses espaços funcionam como pontos de encontro de vizinhos que se reúnem depois do trabalho, famílias que se encontram no domingo, torcedores que se juntam para ver o jogo na televisão ou mesmo para reunir a turma. Mais do que bares, eles são uma extensão da sala de casa.

O Makiolka, o bisavô dos bares de Curitiba, fundado na década de 1920, no bairro Tingui, é o templo sagrado do comércio, administrado pela quarta geração, que do piso ao teto tem a construção raiz dos tempos em que a banha e a ferradura do cavalo tinham posição de destaque nas prateleiras e no balcão vermelho marcado por copos e cotovelos.

O responsável atual por comandar o “Maracanã dos botecos” é o Leandro Makiolka,bisneto do Theodoro Makiolka, fundador do bar. ” A região norte foi entrada de Curitiba vindo de São Paulo e seguia para o Centro, passando pelo bar do Makiolka. Isso explica tantos comerciantes e bares antigos’, explicou Leandro.

Um brinde à região norte

Explorar os bares da região norte de Curitiba é também descobrir a essência de cada bairro. É sentir como a boemia se adapta às rotinas locais e como cada boteco carrega um pouco da identidade de quem o frequenta. Viva os bares como o Edmundo, Casa Velha, Bar do Morango, Bar e Mercearia do Otávio, Nosso Boteco, Bar do Gildo, Gordo & Magro, Basset, Bar do Dante, Bar e Pastelaria Juvevê, Hora Extra, Baroneza, Vô Fredo, Florestal, Barolho, Botequeiro, Gaúcho, Bar Nella, Luzitano, Dionísio e tantos outros que são patrimônios de Curitiba.

Na régua, seja em uma mesa de ferro na calçada ou em um balcão estilizado, o que importa é a boa companhia e a velha tradição de brindar a vida com um copo cheio.

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