Um bar com a cara de Curitiba, 20 anos de pura alegria e nostalgia entre dezenas de itens pendurados em um imóvel clássico localizado no charmoso bairro do Juvevê. O Jacobina, é daqueles botecos que faz parte da cidade, e entrou no seleto grupo de lugares que é obrigatório ir um dia na vida, sentir a essência raiz de um comércio pulsante aliado a boas histórias diante de um balcão vermelho e um baleiro raro de três andares.
Localizado entre a movimentada Rua Almirante Tamandaré, sentido Centro, e a tranquila Conselheiro Carrão, o Jacobina comemorou o vigésimo aniversário em março de 2025. Desde a fundação, o Jaco, como é carinhosamente chamado pelos clientes/amigos, é referência como bar na capital paranaense. Como esquecer da bala de banana que tinha a embalagem do Jacobina e da carcaça de um fusca que virou floreira? E o show do Ultraje a Rigor na comemoração de 8 anos, e naturalmente, a fila gigantesca aos sábados para apreciar a famosa feijoada, ainda considerada uma das melhores de Curitiba.
No comando do Jaco, a designer Beatrice Takashina, 44 anos, mãe da Clara, está desde o começo da operação. Com uma baita memória e simpatia, Bea conhece cada detalhe do bar, inclusive do piso que possui algumas curiosidades como uma antiga tesourinha de cortar unha usada pela mãe da dona.
“Foi uma brincadeira nossa. A gente colocou literalmente a mão na massa para colocar esse piso, colocamos alguns tesouros da história da família. Tem a medalha de terceiro colocado no ping-pong do meu pai, um abridor da minha avó, e uma tesourinha de cortar unha que foi da minha mãe. Engraçado que algumas pessoas quando tomam um chope ou outro, acabam chutando, pensam que o objeto está ali caído. Fora que as crianças ficam entretidas no olhar, é bem legal”, disse Bea.
Aliás, a família Jacobina demonstra união dentro do bar. Dante, 76 anos, pai da Beatrice, um senhor de olhos puxados, diariamente está presente consertando ou mesmo batendo papo na mesa com a clientela. Já Mercedes, a mãe da Bea, prefere não estar sempre no Jacobina para não tirar lugar de fregueses. “O meu pai sempre foi um facilitador, me ajuda em várias coisas, considero meu sócio e dono. Já minha mãe tem receio de ocupar o lugar de alguém, e quando chega repara em tudo, se tem alguma sujeirinha, ela comenta. É muito fofinho, tenho orgulho e respeito por eles”, comentou a designer.





Mapa astral mudou abertura do Jacobina
A abertura do Jacobina era para ter ocorrido no dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher. No entanto, a pedido de Robert Amorim, o Beto Batata, foi feito um mapa astral para o novo estabelecimento, em que apontou que o sucesso teria relação com a data de inauguração, e precisava ser no dia 09. “O Beto comprou uma Coca-Cola às 15 horas, foi a primeira venda. Aqui foi o Bar do Dante, uma mercearia chamada Leocrécio Bagatini, e por último uma padaria”, recordou Bea, que chegou a contar com o Délio Canabrava na sociedade, atual proprietário do CanaBenta e da Cantina do Délio.
Ao entrar pela porta de madeira da entrada protegida por um toldo amarelo e vermelho, o cliente tem a sensação de estar dentro de própria casa. Com vários itens de decoração antigos como relógio ponto, televisores, telefones, panelas, máquinas de escrever e costurar, quadros, tendo ao fundo lindas janelas venezianas, o Jacobina é um respiro saudável diante da maluquice das ruas.
“Eu tenho uma filha, eu acho que não tive um filho, porque eu já tinha outro filho, o Jaco. Eu tenho muito carinho, sei que faz parte da minha vida, gosto da energia daqui. Sei que não é perfeito, mas buscamos atender todos da melhor forma possível, simples e informal”, afirmou a simpática Bea.
Ainda no salão, não tem como não escrever sobre o lindo balcão vermelho e a o raro baleiro de três andares, uma Disney para a criançada e adultos que pegam as balas de graça para reduzir o “bafo do gole”. Ah, as famosas balas de Antonina também fazem parte desse contexto emocional com o Paraná.





PF e petisco caprichado
Com o cardápio caprichado tanto para o almoço e jantar, o Jacobina mantém a fama de ser bom na comida. Um bom exemplo durante o dia é o fígado acebolado ou mesmo na quinta-feira, dia do ossobuco com polenta. Aos veganos, opção do falafel faz sucesso.
Outra dica que aprovei foi a porção de mini pastéis com seis unidades que serve de boa duas pessoas. O salgado é sequinho e bem recheado, especialmente o frango com catupiry). Vale ainda reforçar a qualidade dos bolinhos de barreado com vinagrete de banana e as quesadillas, tortilhas que já estão no cardápio há 20 anos.
“Nosso parmegiana sai super bem, mas a gente tem fígado acebolado que tem o seu público, os clássicos, pão com pernil, o bolinho de feijoada e o barreado que é bem conhecido”, valorizou a proprietária que conta com o auxílio da equipe ( Tatiana Guerra, Ruan Kennedy,Fabiane do Nascimento,Letícia Vitória Chagas,Priscila Barbosa,Erick Verneck,Vanessa Vas, Gilmara Galdino, Angel Figini e Juliane Moriz).
Jacobina e Curitiba, palavras que cabem tranquilamente em uma mesma frase. Uma relação de carinho, cultura e união entre povos, um significado perfeito para comemorar 20 anos. Um brinde ao Jaco, um viva ao boteco!



Jacobina Bar
Endereço: Rua Almirante Tamandaré, 1365 – Juvevê, Curitiba.
Horário de Funcionamento: Segunda à sábado das 11h30 às 0h00; e domingo, das 11h30h às 16h. ( a cozinha fecha entre 15h e 18h em dias úteis, e entre das 16h e 18h no sábado
Instagram: barjacobina
Quer sugerir um bar?
Envie sua sugestão para o Instagram do Caçador de Boteco. Siga lá!
