As Dez melhores capas de livros de todos os tempos

Não é questão de julgar um livro pela capa, mas que é um aspecto interessante em nossos dias, ninguém pode negar. Tanto é assim que as editoras cada vez mais estão procurando alternativas de atrair os leitores pela apresentação gráfica. Resolvi reunir as dez melhores capas que já vi.

10. Crônicas saxônicas Bernard Cornwell (Record)

Cornwell não é especialmente um autor que eu gosto, porém, não posso deixar que o tratamento dado por Marcelo Martinez à pentalogia possa passar sem nenhum comentário. A coleção, que seria de “apenas” quatro livros, acabou ganhando uma quinta obra, o que deu à editora um grande trabalho para encaixar a quinta parte no conjunto de capas que forma um quadro e representa uma batalha.

9. Moby DickHerman Melville (Cosac Naify)

Melville (1819 – 1891) usou as suas experiências como marinho para criar Moby Dick (1851) e Billy Budd (1924). A primeira obra se transformou em um clássico mundial, enquanto a segunda só foi publicada mais de 30 anos depois do autor morrer. A Cosac Naify sempre se notabilizou pela escolha das obras e o tratamento gráfico dado a elas. Com Moby Dick não foi diferente e a designer Luciana Facchini se valeu de detalhes da biografia de Melville para compor o projeto gráfico, que contou com ilustrações de Barry Moser.

8. Antologia da literatura fantástica – Jorge Luis Borges, Silvina Ocampo e Adolfo Bioy Casares (Cosac Naify)

Após ficar anos foram de catálogo, Antologia da literatura fantástica (1940) volta às livrarias em uma edição caprichada, à altura dos icônicos “organizadores”. O livro foi pensado por Borges (1899 – 1986), Bioy Casares (1914 – 1999) e Ocampo (1903 – 1993) para ser um compêndio de histórias fantásticas e, literalmente, fabulosas – nos vários sentidos da palavra. A capa escolhida pela editora em nada deixa a desejar em relação ao propósito da obra.

7. Série 007 – Ian Fleming (Alfaguara)

Eu sei que esse não é o nome correta da série, afinal, cada romance do espião possui um nome diferente. Fleming (1908 – 1964) criou a coleção inspirado em sua época na marinha britânica. Por enquanto, a editora Alfaguara lançou em 2013 Da Rússia, com amor (1957), Goldfinger (1959) e Viva e deixe morrer (1954), mas já há planos de Moonraker (1955) aportar por aqui em agosto. O tratamento dado às capas não foge ao padrão da editora, mas é interessante ver como a boa vontade e a criatividade podem caminhar juntas e criar um conjunto inigualável.

6. Série Harry Potter – J. K. Rowling (Rocco)

Não vamos discutir a qualidade ou o conteúdo da obra, mas é fato que a série do bruxo britânico tem uma das melhores produções gráficas de livros destinados ao público juvenil. Para quem não sabe da história da publicação dos sete livros no Brasil, inicialmente, a coleção deveria ter ficado com a Companhia da Letras, no entanto, um dos consultores da editora resolveu que não era bom aposta nos livros, que acabaram por ficar com a Rocco. Luiz Schwarcz, fundador da Cia. admitiu que esse foi um dos maiores arrependimentos que já teve.

5. Lanterna Mágica – Ingmar Bergman (Cosac Naify)

Bergman (1918 – 2007) conta nas páginas de sua autobiografia as situações mais insólitas que o levaram a ser cineasta. Se atendo muito mais às questões profissionais que aos seus casos extraconjugais, o sueco teve como capa uma fotografia tirada por ele mesmo e que retr,ata um dos lugares prediletos em sua terra natal.

4. A Morte de Bunny Munro – Nick Cave (Record)

Vocalista da banda que leva seu nome, o australiano também se aventura pela literatura. A Morte de Bunny Munro (2010) tendo escrito também And the ass saw the angel (1989). A versão em audiobook lançada na Inglaterra com efeito “3D” de áudio e trilha sonora do próprio Nick Cave.

3. Coleção Clouthbound – (Penguin)

As capas dessa série clássica da Penguin são cobertas por tecidos estampados, remetendo à própria história do livro e também à forma como os livros eram confeccionados antigamente. O design ficou por conta de C oralie Bickford-Smith.

2. A Sordidez das pequenas coisas – Alessandro Garcia (Não editora)

Talvez uma das capas mais singelas entre todas as escolhidas. Com design de Samir Machado, o livro mostra as obsessões dos personagens, que talvez não sejam sórdidos, mas tenham em seus hábitos um quê de estranheza.

1. A Trilogia de Nova York – Paul Auster (Companhia da Letras)

A capa e o livro de Auster são um caso à parte. Para mim, A Trilogia de Nova York (1999) é a melhor expressão da combinação entre literatura e arte gráfica, tanto que está no topo. A concepção da capa brasileira é estritamente delimitada pela edição original americana, criada por ninguém menos que Art Spiegelman, um dos mestres das graphic novels. Como os três livros que compõem a trilogia emulam romances policiais a capa escolhida é um mock-up das capas das obras de literatura de polpa.

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