Em Belo Horizonte, América 1×0 Atlético.

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É fato relevante para qualquer análise: o time mineiro perdia há quatro jogos, era o último colocado e será um dos quatro rebaixados. O Furacão se divide em dois, o que joga na Baixada por influência emocional e o que joga fora dela quando se exige qualidade, inclusive tática. Há um mundo de distância entre os dois. A dúvida que maltrata o torcedor atleticano é qual dos dois é o verdadeiro Furacão?

Essa derrota para o América foi uma vergonha. Durante os noventa minutos teve a bola no seu poder e teve o espaço para jogá-la. A falta de coordenação tática para fazer a bola chegar no gol mineiro, somou-se a liturgia da soberba que faz a bola correr de pé em pé pelos lados, o que torna o time passivo, sem nenhuma emoção.

O resultado não passaria de um fiasco histórico, se não fosse consequência desse jogo desorientado e sem cobrança. Daí afirmar-se, sem erro, que não foi um fato episódico. Autuori não sabe armar o Furacão para jogar longe da Baixada. Perdeu para o fraco América, como havia perdido para o Santa Cruz e o Figueirense, que estão indicados para o rebaixamento.

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O treinador tratando torcida e crítica como ingênuas, não valoriza as derrotas fora da Baixada. E assim continua intocável preservando o melhor emprego do futebol brasileiro: ganha o dinheiro que quer, e não tem obrigação de grandes vitórias. Trabalha mais para Petraglia revelando jogadores do que para o Atlético.

Inocência

Não sou daqueles que concordou com o canto da sereia: Kléber, o “Gladiador”, dirigiu palavrões para o árbitro e não para o seu companheiro João Paulo. Mas essa verdade não encerra um fato que motivasse a expulsão. A ofensa para ser causa da expulsão de um jogador precisa ser ambientada em circunstâncias especiais para não se transformar em abuso de direito: o momento do jogo, a jogada precedente, a intenção manifesta de agressão à honra e o histórico do jogador. Não tenho nenhuma dúvida de que o elemento que mais influiu no ânimo do árbitro foi o histórico de Kléber. Fosse um outro,  João Paulo,  por exemplo,  que estava próximo e reclamou,  não provocaria a reação do árbitro. Kléber é daqueles jogadores que nunca é expulso apenas pelo que faz. Sempre tem um recibo de conta do passado.

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