Uma lição decorada

Eduardo Barros é técnico interino do Furacão. Foto: Albari Rosa

Se Mário Celso Petraglia aprendeu uma definitiva lição, é a de que no futebol já não se pode mais apostar. Embora sob a sua natureza jurídica o Athletico ainda seja uma entidade associativa, na prática se tornou uma empresa.

Explica-se, aí, que a partir de Paulo Autuori, diminuíram os erros no futebol, porque os riscos corridos estiveram dentro dos limites toleráveis.

Não tenho dúvida de que Petraglia deve ter ouvido sugestões para que o Athletico efetive esse moço Eduardo Barros como seu treinador. Quem sugere busca em Tiago Nunes, a referência. Por ter aprendido a lição, com certeza deve ter desconsiderado a sugestão.

Tiago Nunes quando assumiu não era um estagiário. Embora jovem de idade (38 anos), já estava na vida, cruzando o Brasil, há 19 anos. Quando assumiu no lugar de Diniz, embora já tivesse ganho um Estadual, teve que se submeter à absurda desconfiança que um jovem provoca no exercício de qualquer profissão. Tanto é verdade que, para afastar a identidade de interino, Tiago teve que evitar o rebaixamento que se tornou possível com Diniz e, ainda, ganhar a Sul- Americana.

Eduardo Barros está, ainda, em um estágio preliminar de carreira. Não se pode negar que tem uma virtude: se o seu comando foi controlado ou não, a verdade é que não avançou o sinal diante de um quadro técnico e tático já definitivo por Tiago. Assumiu com a vida do Furacão já resolvida em 2019 e, portanto, sem a pressão de resultados e da arquibancada.

As coisas serão diferentes depois de domingo contra o Grêmio. Pelas mais diversas circunstâncias, haverá uma reformulação do grupo de jogadores. Bruno Guimarães, a alma do time, vai caminhar para Madri. Braian Romero, Tomás Andrade, Marco Ruben, Madson e Thonny Anderson vão voltar para as suas origens. E, o Athletico, mantendo uma administração financeira racional, deve dar privilégios aos jovens que estão com a formação avançada como Khellven, Halter, Vitinho, Abner Vinicius e Erick.

Ser técnico do Athletico a partir de janeiro será uma complexa missão pois, antes de tudo, terá o fantasma de Tiago Nunes sentado do lado.